História da Bela Fria, Teresa Veiga
Se têm acompanhado as publicações aqui pelo blog, saberão que tenho tentado encontrar a forma mais correta de ler coletâneas de contos. Se, por um lado, a minha vontade é a de ler tudo seguido — principalmente quando estou a gostar —, por outro, compreendo que acabo a misturar as histórias na minha cabeça e que a experiência pode não ser tão marcante quanto poderia.
Por isso mesmo, decidi experimentar uma abordagem diferente com História da Bela Fria, de Teresa Veiga. Acredito que tenha sido um bom livro de contos para o fazer porque algumas das histórias estão relacionadas, embora não sigam propriamente uma linha temporal, o que acaba a criar alguma identificação com a protagonista.
E qual foi a minha tática, perguntam vocês? Dar espaço e tempo a cada um dos textos, parar para pensar sobre eles quando os terminei, apontar os principais temas e reflexões que me surgiram durante a leitura. No fundo, tratar cada um destes contos como uma obra isolada, independentemente de partilhar ou não aspetos com outros contos que estão no livro. Sinto que aproveitei muito mais este livro do que outros, e que agora é só aprimorar a técnica de ler coletâneas.
Relativamente a História da Bela Fria, é importante referir a capacidade incrível que Teresa Veiga tem de nos prender a histórias aparentemente mundanas, sem nada de heróico ou espetacular. No fundo, conta-nos os pequenos dramas da vida, as quezílias que naturalmente surgem quando as pessoas se relacionam. Ao colocar a maioria destas histórias num meio mais pequeno, Vila Formosa, a autora consegue imprimir uma proximidade ainda maior na narrativa, fazendo-nos recordar figuras das nossas próprias vidas.
Estou a gostar muito de descobrir Teresa Veiga e coletâneas de contos — que recomendações têm para mim?