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Rita da Nova

Qui | 11.04.24

Must I Go, Yiyun Li

Lembro-me perfeitamente do momento em que comprei este livro, convencidíssima de que o iria adorar. Afinal, Must I Go conta a história de Lilia, uma idosa que recorda a sua vida através dos diários de Roland, um homem com quem teve um caso a certa altura. E estava motivada, apesar de várias reviews dizerem que era muito aborrecido, mas esse entusiasmo esmoreceu logo aos primeiros minutos de audiolivro.

 

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Gostei muito da premissa de revisitar uma vida através de registos deixados por outra pessoa, mas rapidamente compreendi que a execução iria deixar a desejar. O livro está estruturado em várias partes e só na última, talvez a mais interessante, é que acontece o que eu esperava desde o início: um confronto com um pouco mais de sumo. Lilia vai anotando as entradas de diário de Roland, desmentindo algumas, confirmando outras, acrescentando pormenores, clarificando — e o que poderia ser um estilo incrível, fez apenas com que o enredo se perdesse nesta tentativa de fazer diferente.

 

But how do you speak to a granddaughter in her dead mother's stead? Can the responsibility to the dead ever be replaced by the responsibility to the living?

 

Admito que gostei bastante de algumas passagens e reflexões que a autora foi deixando, mas o geral do livro foi tão secante, que nem sequer consigo lembrar-me de alguns para partilhar convosco. Separadamente, os temas abordados são interessantes: o confronto de memórias, a perda de um filho, os segredos que somos obrigados a esconder, etc. Contudo, enquanto história com princípio, meio e fim, não consegui achar cativante.

 

Bem sei que a capa é linda, mas diria que este é um daqueles casos em que nem isso salva o livro. Quem desse lado já o leu? O que acharam?