Must I Go, Yiyun Li
Lembro-me perfeitamente do momento em que comprei este livro, convencidíssima de que o iria adorar. Afinal, Must I Go conta a história de Lilia, uma idosa que recorda a sua vida através dos diários de Roland, um homem com quem teve um caso a certa altura. E estava motivada, apesar de várias reviews dizerem que era muito aborrecido, mas esse entusiasmo esmoreceu logo aos primeiros minutos de audiolivro.
Gostei muito da premissa de revisitar uma vida através de registos deixados por outra pessoa, mas rapidamente compreendi que a execução iria deixar a desejar. O livro está estruturado em várias partes e só na última, talvez a mais interessante, é que acontece o que eu esperava desde o início: um confronto com um pouco mais de sumo. Lilia vai anotando as entradas de diário de Roland, desmentindo algumas, confirmando outras, acrescentando pormenores, clarificando — e o que poderia ser um estilo incrível, fez apenas com que o enredo se perdesse nesta tentativa de fazer diferente.
But how do you speak to a granddaughter in her dead mother's stead? Can the responsibility to the dead ever be replaced by the responsibility to the living?
Admito que gostei bastante de algumas passagens e reflexões que a autora foi deixando, mas o geral do livro foi tão secante, que nem sequer consigo lembrar-me de alguns para partilhar convosco. Separadamente, os temas abordados são interessantes: o confronto de memórias, a perda de um filho, os segredos que somos obrigados a esconder, etc. Contudo, enquanto história com princípio, meio e fim, não consegui achar cativante.
Bem sei que a capa é linda, mas diria que este é um daqueles casos em que nem isso salva o livro. Quem desse lado já o leu? O que acharam?