Antarctica, Claire Keegan
Depois de ter lido quase todos os contos de Claire Keegan que estão publicados isoladamente, achei que estava na altura de fazer o upgrade para uma coletânea e decidi começar com Antarctica, provavelmente a mais conhecida.
Acho que preciso de aprender a ler coletâneas de contos. Já o tinha sentido com outras tentativas, com livros de outros autores, mas foi esta experiência em particular que me levou a uma conclusão mais racional sobre a forma como leio certos formatos. Gosto muito da sensação de ficar mergulhada num livro, de me esquecer de tudo à volta, mas isso nem sempre é bom com short stories porque, embalada na leitura, acabo a lê-las todas seguidas e a não desfrutar de cada uma delas individualmente.
Whatever you say, I'll manage. I will live out of a water barrel and check the skies. I will learn fifteen types of wind and know the weight of tomorrow's rain by the rustle in the sycamores. Make nettle soup and dandelion bread, ask for nothing.
Isto para dizer que Claire Keegan é sempre bom, e que toda a humanidade que consegue transmitir na escrita está presente em cada uma das histórias deste livro, mas que talvez não tenha lido este livro de maneira a fazer-lhe justiça. Quem sabe se introduzir mais coletâneas de contos nas minhas leituras não me fará descobrir uma forma de leitura mais intencional e ponderada?
Esta review não foi bem uma review, como já podem ter percebido, porque é sempre complicado dar uma opinião tão estruturada sobre livros de contos. É mais uma reflexão sobre a minha própria forma de ler — e essa também é a magia dos livros, não é mesmo? Agora contem-me: como costumam ler coletâneas de short stories? Que truques têm para partilhar comigo?