Boys Don’t Cry, Fíona Scarlett
Posso começar por perguntar porque é que este livro não é mais falado por aí? Descobri-o na Feira do Livro de 2022, mas só agora consegui lê-lo e até fiquei arrependida de não o ter feito mais cedo. Boys Don’t Cry, de Fíona Scarlett, é a mistura perfeita entre uma história triste e uma escrita bonita.
Conta a história de dois irmãos: Joe, de 17 anos, e Finn, de 12, que cresceram com o peso de terem um pai constantemente envolvido em gangs e esquemas obscuros. Numa tentativa de mostrar um mundo diferente daquele que têm em casa, Joe acompanha o irmão mais novo em passeios pela praia ou em sessões de desenho, para que ele perceba que há beleza no mundo. Joe sabe que não quer ser igual ao pai, mas quando Finn é diagnosticado com uma doença terminal e o pai é preso, rapidamente percebe que nem sempre podemos manter-nos fiéis às nossas convicções.
People are still afraid to say that you died. That you are dead. They say you passed away, as if you are just gone somewhere unreachable, that you are still here. Sorry for your loss, I hear over and over. What does that even mean? Your loss? It gets stuck right in the knot of anger balled tight in my chest, because lost is tied to hope, which is connected to found, as if you will be returned to me at some point, so how can I ever let you go, if you are still there, holding on, waiting for me to find you. They say that time heals, but that’s just so fucking wrong. There’s this big gaping hole that will never be filled, that will never be healed, but it does become more bearable, I will give them that.
A relação entre estes dois irmãos é mesmo muito bonita e está explorada com uma honestidade comovente, do mesmo modo que a autora numa descreve os pais ou as restantes personagens com julgamento. Todas são extremamente reais, estão apenas a tentar fazer o melhor que podem dado o contexto em que estão. Se gostam de relatos que equilibram muito bem estes elementos — tristeza, beleza e realidade —, então acredito que possa ser uma excelente leitura para vós.
Só tenho pena que ainda não esteja traduzido para português, para que possa chegar a mais gente, mas fico deste lado a torcer por isso! E, sendo o livro de estreia de Fíona Scarlett, fico também entusiasmada com todas as histórias que poderá escrever no futuro. Já conheciam este livro?