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Rita da Nova

Ter | 20.02.24

Anatomy, Dana Schwartz

Juro que não fiz de propósito, mas Anatomy: a love story (PT: Anatomia: uma história de amor), de Dana Schwartz, é o segundo livro passado em Edimburgo que leio este ano — e, à semelhança de The Fair Botanists, também se passa no início do século XIX. Sempre é uma boa forma de começar a preparar a pequena viagem que farei à capital escocesa ainda este ano.

 

anatomy-dana-schwartz.JPG

 

O que vos posso dizer sobre Anatomy? Neste história acompanhamos Hazel Sinnett, uma jovem de boas famílias que ambiciona mais do que estar destinada a casar. Fascinada pelo corpo humano e motivada pela vontade de saber mais sobre a doença que matou o seu irmão mais velho, Hazel tem a certeza de que quer ser cirurgiã. Como naquela altura isso era impossível, a nossa protagonista decide adotar uma identidade masculina e tenta assistir às aulas do Dr. Beecham na Edinburgh Anatomist’s Society. É aí que Hazel conhece Jack, um rapaz pobre cuja forma de sobrevivência é desenterrar corpos para vender a esta sociedade, de maneira a que possam ser estudados ou usados por estudantes para praticar.

 

Claro que o disfarce de Hazel não dura muito tempo e o Dr. Beecham desafia-a a passar no exame final sem ter aulas. Se conseguir fazê-lo, não só se tornará cirurgiã, como outras mulheres poderão ingressar nas aulas legalmente. Hazel e Jack unem esforços para que a rapariga consiga praticar o máximo possível — e, sim, existe aqui um romance.

 

What were miracles, but science that man didn’t yet understand? And didn’t that make it all the more miraculous that the secrets of the universe were out there, codes one might decipher if smart enough, tenacious enough?

 

Embora o livro possa ser categorizado como jovem adulto, devo admitir que gostei muito da experiência de o ler. Aliás, foi tão rápida e divertida, que deixei passar uma série de incongruências, para as quais só fui alertada depois — por exemplo, um nome que é escrito de forma diferente a cada parágrafo ou datas que não batem certo. De qualquer das formas, creio que cumpre o seu papel: gostei muito da personalidade da protagonista, diverti-me a ler um pouco mais sobre anatomia e sobre a prática de desenterrar corpos em Edimburgo (que já conhecia por causa de algumas tours pela cidade) e até o romance me caiu bem.

 

Sendo o primeiro de uma duologia, Anatomy termina já com a porta aberta para a continuação. Embora a maior parte das pessoas que o leram com o Clube do Livra-te não tenham adorado a forma como a autora decidiu justificar as coisas que acontecem, eu devo confessar que não me chocou. Ainda assim, também sinto que a minha experiência com esta história fica por aqui — foi uma leitura leve e prazerosa, mas não ao foi marcante ao ponto de ter vontade de prosseguir.

 

E vocês, já o leram? Se sim, o que acharam?

 

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