Britt-Marie Was Here, Fredrik Backman
Se tivesse de apostar, diria que Britt-Marie Was Here (PT: Britt-Marie Esteve Aqui), de Fredrik Backman, tinha tudo para se tornar um dos meus livros do coração. Afinal, Backman trouxe-me A Man Called Ove, um livro que tem um lugar especial na minha vida, bem como Anxious People — que, não sendo um favorito, foi uma boa experiência de leitura. Contudo, percebi logo de início que não ia ser tão bom quanto antecipava.
Britt-Marie Was Here tem uma fórmula bastante semelhante à de A Man Called Ove: uma pessoa com dificuldade em estabelecer relações sociais vê-se obrigada a ter de se relacionar com a comunidade à sua volta. Como consequência, aprende coisas sobre si e sobre os outros que mudam a sua forma de viver. E estaria tudo bem com isso — apesar de eu não adorar perceber que os autores dependem muito destas fórmulas, consigo apreciar a história se for interessante. Pois bem, foi aí que esta falhou para mim: em momento algum me senti ligada às personagens ou ao enredo.
Consigo perceber que este livro é um exercício de empatia — como, aliás, são todos os do autor —, mas aqui não funcionou para mim. Ao contrário do que acontece noutros, Fredrik Backman dá-nos informações sobre Britt-Marie demasiado cedo. A personalidade estranha e até obsessiva da personagem é explicada logo aos primeiros capítulos, o que fez com que eu não sentisse necessidade de saber mais sobre ela. Além disso, achei tudo muito aborrecido, não tive vontade nenhuma de lhe pegar — só consegui terminá-lo porque optei por continuar em audiolivro enquanto limpava o abrigo de gatinhos onde sou voluntária.
Outra coisa que dificultou a minha ligação ao livro foi a narração na terceira pessoa. Embora este narrador saiba tudo, foi sempre escrito com uma voz demasiado colada à de Britt-Marie, de tal forma que tornou a protagonista um pouco mais irritante do que poderia ter sido.
Sou capaz de compreender porque é que este livro resulta com muita gente e arrisco-me a dizer que, se não tivesse lido outros do autor, teria gostado muito mais da experiência. Tem algumas ideias interessantes, mas a meu ver não foram exploradas de uma forma apelativa. Aliás, só o terminei porque era uma das escolhas do Clube do Livra-te para Janeiro, caso contrário teria dado um DNF (did not finish) com muita certeza e paz.
E vocês, fazem parte do grupo de pessoas que adorou este livro ou nem por isso? Contem-me tudo nos comentários!
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