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Rita da Nova

Qui | 25.01.24

Maybe in Another Life, Taylor Jenkins Reid

Chega sempre aquela altura em que me apetece um livro um pouco mais leve, que me faça fugir da realidade enquanto o leio — e Taylor Jenkins Reid nunca falha nesse sentido. Uma vez que já li todos os que pertencem ao “Taylor Jenkins Reid cinematic universe” — Daisy Jones and The Six, The Seven Husbands of Evelyn Hugo, Malibu Rising e Carrie Soto is Back —, resta-me agora ir um pouco mais atrás no catálogo da autora. No ano passado li One True Loves, de que gostei, mas que não mudou a minha vida, então estava curiosa para conhecer este Maybe in Another Life.

 

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Hannah, a protagonista deste livro, tem 29 anos e não faz ideia acerca do que quer da vida. Não só passou por vários sítios como teve vários empregos, e é depois do fim de uma relação que dá por si a voltar a Los Angeles, onde cresceu. Lá, fica a dormir em casa de Gabby, a sua melhor amiga. Para celebrar o regresso, as amigas vão a um bar e encontram Ethan, um ex-namorado de Hannah, dos tempos de escola. Calma, parece muita coisa fútil, mas prometo que começa a ter mais interesse: um pouco depois da meia-noite, Gabby sugere que vão para casa, enquanto Ethan a alicia para ficar um pouco mais com ele.

 

Nesse momento, Hannah começa a avaliar as duas hipóteses: o que é que acontece se for para casa com a amiga? Ou, em alternativa, que possibilidades se podem abrir se ficar com Ethan? A partir daqui, em capítulos alternados, a autora dá-nos as duas versões. Ao início achei que poderia ser confuso, mas as duas linhas temporais são tão diferentes, que não há como baralhar. Até ao fim do livro, Taylor Jenkins Reid convida-nos a vestir a pele de Hannah e a tentar pensar qual dos caminhos seria melhor.

 

When you sit there and wish things had happened differently, you can’t just wish away the bad stuff. You have to think about all the good stuff you might lose, too. Better just to stay in the now and focus on what you can do better in the future.

 

É assumido que estes romances mais antigos da autora ainda não partilham da mesma qualidade que os mais recentes, ainda assim é certo que há qualquer coisa de muito identificativo na escrita dela. Creio que seja a maneira como cria personagens e cenários — de uma maneira tão visual, que nos transporta automaticamente para lá. Além disso, explora premissas muito interessantes, que jogam muito com os “e ses?” da vida. E aqui, até mais do que em One True Loves, conseguiu a proeza de me deixar sempre dividida em relação a que cenário seria preferível.

 

Pensei muito nas pequenas escolhas das personagens e no verdadeiro impacto que o destino pode (ou não) ter nas nossas vidas. Será que as decisões que tomamos têm mesmo impacto na maneira como as coisas se desenrolam ou, pelo contrário, tudo está predeterminado e não vale a pena estarmos a moer-nos com isso? Acredito que, se gostarem de refletir sobre estas coisas, poderão apreciar bastante a experiência de ler este livro. Além disso, adorei ver a forma como a amizade entre Hannah e Gabby constitui o centro da história, ao invés de esse protagonismo ser dado às relações amorosas.

 

Em suma: se procuram uma leitura leve, despreocupada, mas que não vos faça sentir que estão a perder tempo, então recomendo muitíssimo este livro! Creio que já só me faltam três da autora — Forever, Interrupted, Evidence of the Affair (um conto) e After I Do. Por qual me recomendariam começar?