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Rita da Nova

Sex | 19.01.24

The Dutch House, Ann Patchett

Sim, este é o momento introdutório em que eu falo da minha obsessão pela Ann Patchett, uma autora que conheci já no final do ano passado e que não tenho conseguido largar. Depois de ter lido praticamente todos os seus livros de não ficção, está na altura de explorar todas as histórias ficcionadas que saíram daquela cabeça. Por isso mesmo, decidi que The Dutch House (PT: A Casa Holandesa) seria a minha escolha para inaugurar o Clube do Livra-te em 2024.

 

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Pouco sabia sobre este livro, as informações que tinha foram-me todas dadas nas crónicas da autora: sabia que o audiolivro era narrado pelo Tom Hanks como consequência de uma amizade que se formou entre os dois, sabia que o quadro na capa foi comissionado de propósito para ilustrar um quadro que Ann Patchett inventou para a história e também sabia que foi difícil escolher a perspetiva certa para a narrativa. De resto, ia mais ou menos às cegas e ainda bem — gostei mesmo de ir conhecendo esta casa holandesa e os seus habitantes aos poucos.

 

Em resumo, The Dutch House conta a história desta casa, que, embora fique nos subúrbios de Philadelphia, pertenceu em tempos a uma família dos Países Baixos. Após a II Guerra Mundial, quando começa a enriquecer, Cyril Conroy compra esta propriedade e muda-se para lá com a mulher, Elna, e a filha, Maeve. O nosso narrador, Danny, é o seu segundo filho que nasce já na casa. Elna, incapaz de se ver repentinamente rica e com todas as mordomias, abandona a família e isso abre espaço a que, tempos mais tarde, apareça Andrea — uma madrasta determinada a mandar na casa e na família.

 

But we overlay the present onto the past. We look back through the lens of what we know now, so we're not seeing it as the people we were, we're seeing it as the people we are, and that means the past has been radically altered.

 

Maeve e Danny acabam afastados e a terem de depender apenas um do outro, o que dá espaço a que observemos o desenvolvimento da sua relação ao longo de cinco décadas. Mas a narrativa não depende apenas disto: The Dutch House apresenta um leque de personagens muito importantes e bem trabalhadas, tão reais que ficamos sempre à espera do que vão fazer a seguir. Diria até que a casa em si é uma destas personagens, quiçá possa até ser considerada principal.

 

Além de um enredo muito bem pensado e de personagens bastante bem desenvolvidas, resta ainda deixar uma palavra final para a escrita de Ann Patchett. Assustava-me a ideia de o livro ter um ritmo um pouco mais lento. Contudo, as reflexões que faz e a maneira como consegue tornar interessante até a vida mundana, tornam The Dutch House uma história que ficará durante muito tempo comigo. Quem já leu, concorda? Quais são os vossos livros favoritos desta autora? Contem-me tudo nos comentários!

 

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