Olá, 32!
Hoje faço 32 anos. Ainda é estranho ver o três antes do dois, mas devo admitir que me sinto cada vez mais confortável nesta década. Tem um encanto especial estar a escrever este post em Turim [*], na cidade onde comecei a despir a pele de miúda e comecei a tornar-me mulher a sério; e não deixa de ser emocionante olhar para o caminho que percorri entre a primeira vez que cá estive e agora.
[fiquem com a minha fotografia favorita dos 31, tirada pela Márcia Soares e idealizada pela Mafalda Beirão, nesta sessão]
Podia levar-vos pelos altos e baixos desse caminho, mas a retrospectiva seria sempre injusta. Seria injusta para a pessoa que era, porque certamente já perdi a memória muscular de certas dores. Seria injusta para a pessoa que sou, porque não teria como evitar pensar nas estradas que não escolhi, nas coisas que não fiz, nas coisas de que abri mão para conseguir agarrar outras. E seria injusta para a pessoa que sou agora, neste momento preciso — para a Rita que vos oferece estas palavras, que escreve e apaga até encontrar a melhor forma de transmitir a coisa certa —, porque me afastaria do presente e da felicidade que é ter completado mais um ano neste mundo.
A vida tem sido demasiado generosa comigo, e os meus 31 foram só mais uma prova disso mesmo. Consegui finalmente escrever e lançar o meu primeiro livro de ficção, consegui começar a escrever o segundo, consegui viajar, estive saudável, mantive as minhas pessoas por perto. Acho que não preciso de muito mais, se querem que vos diga a verdade. Obrigada por me lerem, acreditem que significa muito para mim.
[*] Como a Internet é mais mentira do que verdade, escrevi este post em Turim, mas estou a passear por Roma com o meu amor. E é isso que vou continuar a fazer, com a vossa licença. ✨