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Rita da Nova

Qui | 21.09.23

How to Be Perfect, Michael Schur

Este livro acompanhou-me durante cerca de um mês, uma vez que comecei a ouvi-lo com o Guilherme, quando fomos a Portimão com o Terapia de Casal, e só o terminei recentemente — entre escalas no abrigo de gatos onde sou voluntária e regar as plantas lá de casa, lá fui avançando. Tinha muita curiosidade em lê-lo porque adoro as séries do Michael Schur, nomeadamente Brooklyn 99, Parks & Rec e The Good Place — a série que deu origem a este livro.

 

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Em How to Be Perfect, o autor tenta chegar à resposta certa para todas as questões morais com que nos confrontamos no nosso dia-a-dia. Por exemplo: devo dar um murro na cara de um amigo? Posso apreciar boa arte, mesmo que tenha sido criada por pessoas terríveis? Quanto dinheiro devo doar para a caridade? Porque é que devo ser boa pessoa, se não há assim tantas consequências quando faço coisas más? A parte interessante é que se faz valer de várias correntes da filosofia, sobretudo as que se debruçam sobre a moralidade, para dar várias hipóteses de resposta às várias perguntas que coloca.

 

Ainda bem que o fui ouvindo os capítulos isoladamente, em vez de quase tudo seguido, porque acredito que talvez se tivesse tornado cansativo dessa forma. Ouvindo um capítulo aqui e ali, este audiolivro quase que funciona como um podcast e combina dois ingredientes que, para mim, são fundamentais: é engraçado e interessante ao mesmo tempo. Estou sempre a dizer que, um dia, gostaria de estudar filosofia um pouco mais a sério e How to Be Perfect veio reforçar essa minha vontade.

 

The most important part of becoming better people, I’ll say yet again, is that we care about whether what we do is good or bad, and therefore try to do the right thing. If we love a problematic person or thing too much to part with it altogether, I think that means we have to keep two ideas in our head at the same time: I love this thing. The person who made it is troubling.

 

Pode ser um livro especialmente apelativo para quem viu e gostou de The Good Place — não só faz referência a alguns momentos e personagens da série, como é narrado pelo autor e tem participações de actores (por exemplo: Kristen Bell, Ted Danson e Jameela Jamil). A única coisa que me enervou um pouco foi o beep usado para assinalar sempre que entrávamos numa nota de rodapé — o que eu compreendo, mas havendo bastantes, às tantas tornava-se cansativo e eu até senti que podia perfeitamente não haver essa demarcação, já que, mais do que grandes à partes, são uma espécie de parêntesis.

 

Em suma, vai claramente para a lista de audiolivros que recomendo, sobretudo para quem tiver interesse nesta temática ou para quem acompanhar o trabalho do Michael Schur enquanto produtor de televisão. E agora, digam-me: já se cruzaram com este livro por aí?