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Rita da Nova

Sex | 28.04.23

Japão // Tokyo (dias 1, 2 e 3)

Tokyo foi a nossa primeira paragem no Japão e, também, a cidade em que ficámos mais tempo. Foram cinco noites, mas, honestamente, sinto que poderia ter lá passado a totalidade da nossa estada que teria sempre coisas para ver. Isto para dizer que, embora vá partilhar convosco o que fizemos ao longo dos nossos dias em Tokyo, a verdade é que faltarão certamente muitas das coisas que os guias indicam — até porque quisemos andar menos na correria dos pontos turísticos e mais a tentar absorver o ambiente da cidade.

 

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A primeira coisa que precisam de saber é que Tokyo tinha, em 2021, quase 14 milhões de habitantes. Ou seja: não só é uma cidade enorme, como há sempre muita gente em todo o lado. A parte boa é que as filas e os sistemas de organização japoneses funcionam efectivamente bem, o que faz com que haja uma espécie de orientação no meio do caos — os transportes funcionam bem, as lojas e restaurantes têm muita gente, mas são organizados. Por isso, não fiquem assoberbados com a primeira impressão da cidade porque prometo que não é tão dramático quanto parece. Por isso mesmo, e para não vos bombardear com informação, achei que era mais proveitoso se dividisse a nossa passagem por Tokyo em dois posts.

 

Sem mais demoras, aqui vai tudo o que fizemos nos primeiros três dias na cidade:

 

DIA 1 — SHINJUKU

Chegámos a Tokyo durante a manhã, mas ainda perdemos bastante tempo no aeroporto, entre a entrada no país e a recolha do nosso JR Pass, de que já vos falei no primeiro post sobre o Japão. Só por volta das 14h é que conseguimos chegar ao hotel, para fazer check-in. Optámos por ficar a dormir na zona de Shinjuku, um dos bairros mais conhecidos da cidade. Como já sei que vão perguntar, ficámos neste hotel — os quartos eram muito pequenos, mas cumpriu o propósito.

 

Como não queríamos ficar com jet lag, decidimos passear um pouco pelo bairro, para nos esgotarmos o mais possível. O plano inicial era ir ao Shinjuku Gyoen, um dos melhores jardins para ver as cerejeiras em flor, mas durante esta época limitam as visitas em certos dias da semana e este era um deles, pelo que tivemos de deixar o plano para outro dia. Fomos só andando pelas ruas, entrando em lojas que nos pareciam interessantes (acreditem que no Japão há tudo e mais alguma coisa, vão querer entrar e ver). Depois de uma visita à Books Kinokuniya (claro!), que fica perto da estação de Shinjuku, fomos andando até à zona de Golden Gai. Essencialmente, são ruas mais pequeninas e estreitas, cheias de bares diferentes.

 

 

A caminho ainda encontrámos o templo Hamazono, que confirmou uma das coisas que me tinham dito sobre as metrópoles japonesas: tão depressa estás a andar no meio de arranha-céus, como de repente vês um templo ou um edifício tradicional. Terminámos então o dia, completamente esgotados, em Omoide Yokocho, uma zona muito semelhante ao Golden Gai, mas que tem pequenos restaurantes em vez de bares. Comemos yakitori, bebemos uma cerveja e declarámos que era altura de ceder ao sono.

 

 

 

DIA 2 — MERCADO TSUKIJI, GINZA & AKIHABARA

Provavelmente já se cruzaram com a dica de aproveitar o jet lag e ir cedo ao Mercado Tsukiji, para evitar as filas e comer peixe fresco ao pequeno-almoço. Ora, nós não sofremos de jet lag e, por isso, não conseguimos ir tão cedo quanto gostaríamos, mas acabámos a comer peixinho fresco (e ouriços-do-mar) logo de manhã. Vale muito a pena passear no mercado e ir comendo coisas de vários estabelecimentos, mas tentem não ser como nós e evitem ir ao sábado, porque estava realmente muita gente.

 

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Seguimos para Ginza para passear um pouco e ver algumas livrarias e lojas. Começámos na Tsutaya Books, que é uma livraria muito bonita e, a seguir, fomos à Uniqlo para comprar (e personalizar com bordados!) as bolsas que ficaram tão famosas no Tiktok. Posso dizer que merecem toda a fama que estão a ter, estou muito feliz com as minhas! Ainda em Ginza visitámos a maior Muji que eu já vi na vida e fomos à Itoya, uma loja com não sei quantos andares que vende estacionário — podem imaginar o quão feliz fiquei, certo?

 

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Visto que o nosso pequeno-almoço foi bem composto, acabámos por almoçar tarde e optámos por fazê-lo em modo piquenique, no Kitanomaru National Garden. Comprámos comida no 7-Eleven (esta é uma frase que vão ler muito por aqui) e fomos para o parque para comer e ver as cerejeiras em flor. Se tiverem a oportunidade de ir ao Japão nesta altura do ano, não percam toda e qualquer oportunidade de estar só a apreciar estas árvores e as suas flores, é mesmo muito bonito.

 

 

Terminámos o dia na zona de Akihabara, um bairro conhecido por ser o paraíso de quem gosta de manga, anime e videojogos. Acho que fizemos bem em ir ao final do dia, porque já tinha escurecido e as ruas ficam muito giras com as iluminações dos prédios. Para jantar decidimos regressar à zona do hotel e ir comer ao Ichiran — uma cadeia de restaurantes de ramen que, prometo, vale todos os cêntimos.

 

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DIA 3 — GOTOKUJI, SHIMOKITAZAWA & JIMBOCHO

O Templo Gotokuji não é o mais central de todos, mas foi o que mais gostei de visitar em toda a viagem. É conhecido como o templo dos gatos pelas representações do Maneki-neko, aquele gatinho de pata levantada que se acredita dar sorte. Além do templo em si, foi bom ir passear numa zona de Tokyo que é bastante menos confusa.

 

 

Aproveitámos que estávamos na zona e fomos tomar um pequeno-almoço tardio ao Shiro-Hige’s Cream Puff Factory, o café da cunhada do Miyazaki, um dos fundadores do Studio Ghibli. É o único estabelecimento autorizado a fazer comida em forma de personagens do estúdio. Apesar das filas, o sítio é amoroso e a comida é boa, sem que seja estupidamente cara. O nosso passeio da tarde foi na zona de Shimokitazawa, uma área com várias lojas de roupa em segunda mão, e foi também lá que almoçámos. Desta vez quisemos experimentar caril japonês e fizemo-lo no Cocoro.

 

 

Terminámos o dia em Jimbocho, o bairro dos livros, onde há livrarias especializadas em tudo e mais alguma coisa. Infelizmente, por ser domingo, havia muitas fechadas, mas ainda conseguimos entrar na Kitazawa Books — focada em literatura infantojuvenil.

 

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E foram assim os três primeiros dias na capital do Japão, onde, como acho que dá para perceber, nunca faltam coisas para ver e fazer. Podem sempre espreitar os meus destaques no Instagram, onde deixei ainda mais fotografias destes dias — aviso antecipadamente que há muitas de comida e não me responsabilizo se ficarem com fome. Já sabem que podem deixas todas as perguntas nos comentários e, na próxima semana, prometo completar o nosso roteiro de Tokyo!