Starry Messenger, Neil DeGrasse Tyson
Vocês já vão sabendo que eu, de vez em quando, procuro umas coisas fora do comum para ouvir no Scribd. Foi assim que Starry Messenger: Cosmic Perspectives on Civilization, de Neil DeGrasse Tyson, narrado pelo próprio autor. Não é que as ciências sejam a minha área mais confortável, mas se há autor capaz de explicar várias coisas de forma apelativa, é este mesmo.
Neste livro, o autor propõe-se a olhar para a vida na terra através de uma perspectiva cósmica, com o objectivo de colocar a lente nas coisas que nos aproximam, mais do que nas que nos dividem. Neil DeGrasse Tyson explora temas como guerra, política, religião, beleza, género e raça, de uma forma científica e bastante optimista, mesmo que considere que vivemos em tempos polarizados.
Believe it or not, Santa’s reindeer exemplify the problem. Unlike other deer species, both male and female reindeer grow antlers. So at a glance they all look the same. But zoologically all male reindeer lose their antlers in the late fall, well before Christmas.9 In spite of their names, only some of which are feminine,10 all Santa’s reindeer sport antlers. So they’re all female. Which means Rudolph has been misgendered.
O que eu achei mais interessante neste livro foi a forma como o autor consegue pegar em crenças e opiniões da humanidade (sejam elas políticas, sociais ou culturais) e mostrá-las à luz da ciência e dos factos. Dou apenas um exemplo: há quem use muitas vezes o argumento de que “não é natural” que uma pessoa não se identifique com o género que lhe foi atribuído à nascença, mas Neil DeGrasse Tyson explica que esse é o argumento mais errado de todos precisamente porque, na natureza, nada é binário. É certo que, enquanto humanos, simplificamos as coisas para que seja mais simples viver em sociedade, mas teríamos muito mais a ganhar se abraçássemos a ideia de que a natureza vive de espectros.
Diverti-me muito sempre que o autor imaginava o que é que os extraterrestres pensariam ou diriam se viessem à Terra e contactassem connosco e com a nossa maneira de nos organizarmos em sociedades. Sinto que foi uma leitura muito fora da minha zona habitual, mas gostei muito e fiquei com vontade de ler (ou ouvir, sempre que possível) mais livros dele. Quais me recomendariam?