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Rita da Nova

Sex | 18.11.22

Tomorrow, and Tomorrow, and Tomorrow, Gabrielle Zevin

Tomorrow, and Tomorrow, and Tomorrow, de Gabrielle Zevin, era um daqueles livros que eu achava que iria adorar. Muitas pessoas cuja opinião literária tenho muito em conta disseram maravilhas dele — dizendo até que era um favorito do ano, quiçá da vida — e eu tentei moderar as expectativas quando parti para a leitura, a propósito do Clube do Livra-te.

 

tomorrow-gabrielle-zevin.JPG

 

Gostava mesmo muito de ter adorado a experiência de ler este livro, mas infelizmente não foi o caso. Nem sempre as coisas funcionam da mesma forma para toda a gente e eu não senti uma ligação emocional nem com a história, nem com as personagens. Tomorrow, and Tomorrow, and Tomorrow conta a história de Sam e Sadie, que se tornam amigos num hospital enquanto Sam está a recuperar de um acidente de carro. É através dos videojogos que começam a desenvolver a ligação entre eles. Anos — e desentendimentos — depois, já durante a universidade, voltam a encontrar-se e criam uma empresa de jogos com a ajuda de Marx, colega de quarto de Sam.

 

É essencialmente um livro sobre a forma como criamos ligação uns com os outros (neste caso através dos jogos), mas sobretudo sobre as falhas de comunicação que prejudicam as nossas relações de amizade e amor. Ou seja: tinha tudo para que eu adorasse, mas senti sempre que a autora estava a fazer um esforço muito grande para explicar que o livro é sobre estes temas. Há tão bons livros sobre falhas de comunicação, que este não conseguiu chegar lá para mim.

 

“And what is love, in the end?" Alabaster said. "Except the irrational desire to put evolutionary competitiveness aside in order to ease someone else's journey through life?”

 

Não quero encher este post de spoilers, porque acredito que haja mais pessoas que possam vir a gostar do livro, mas não posso deixar de dizer que a escolha de perspectiva na narração dificultou muito a leitura para mim. Gabrielle Zevin escreve diálogos muitíssimo bem, mas o resto é demasiado explicativo — o oposto do famoso show, don’t tell. Tem também capítulos originais, que tentam replicar a mecânica de videojogos, mas não foram o suficiente para me fazer ficar apaixonada pelo universo que a autora tentou criar. Ernest Cline faz isso com muita mestria em Ready Player One, por exemplo.

 

Em resumo: não funcionou para mim, mas neste caso acho que devem mesmo experimentar e ver por vocês mesmos. A opinião geral no Discord está a ser muito positiva, por isso há esperança! Entretanto, quem já leu? Adoraram ou não vos convenceu?

 

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O que é o Clube do Livra-te?

É o clube do livro do podcast Livra-te — calma, não precisam de acompanhar o podcast para participar nas leituras. Todos os meses, cada uma de nós escolhe um livro para ler em conjunto convosco e vocês podem optar por ler a escolha da Joana, a escolha da Rita ou ambas. Depois, podem deixar a vossa opinião no grupo do Goodreads ou no Discord. Podem juntar-se a qualquer altura, venham daí!