Book Lovers, Emily Henry
Cheguei ao fim da minha incursão pelos livros de Emily Henry! Depois de ter estado nos dois pólos opostos — não tive uma experiência muito boa com Beach Read, mas adorei People We Meet On Vacation —, estava na hora de tirar as teimas com o mais recente livro da autora, Book Lovers.
Já tinha ouvido dizer que não era incrível, por isso fui com as expectativas bem em baixo. Não sei se isso ajudou, mas entrei imediatamente na história e, mais do que isso, liguei-me logo às personagens e ao mundo editorial que o livro quer retratar. Dando algum contexto: Nora é uma agente literária implacável, uma mulher citadina com uma paixão enorme por Nova Iorque, que se vê levada pela irmã, Libby, para uma cidadezinha na Carolina do Norte durante um mês. As irmãs levam uma lista de coisas a cumprir durante as férias, com o objectivo de se desligarem da confusão da cidade.
Em Sunshine Falls — é assim que se chama a cidade —, Nora reencontra Charlie, um editor com quem teve um encontro tenso no passado. Claro que vem daqui um desenvolvimento romântico, que eu achei bastante bem desenvolvido, sobretudo porque as Nora e Charlie não são extremos opostos como costuma acontecer neste género de livros. Os dois têm bastante em comum e é isso que os torna perfeitos um para o outro. Se em People We Meet On Vacation eu me tinha identificado muito com o Alex, aqui não posso deixar de confessar que há muito da Nora em mim. Gosto de pensar que não sou tão controladora das pessoas à minha volta (mas se sentirem que sou, peço desde já as minhas sinceras desculpas).
Porém, aquilo que realmente me agarrou foi a ligação de Nora e de Libby. De tal forma que eu acho que este livro é mais sobre as duas irmãs do que propriamente sobre o par romântico — e foi isso que me fez gostar tanto deste livro. Isso e as referências a Nova Iorque, claro, que é quase uma personagem do livro apesar de muito pouco do enredo se passar efectivamente lá.
Maybe love shouldn't be built on a foundation of compromises, but maybe it can't exist without them either. Not the kind that forces two people into shapes they don't fit in, but the kind that loosens their grips, always leaves room to grow. Compromises that say, there will be a you-shaped space in my heart, and if your shape changes, I will adapt.
A parte boa de ter lido os livros tão perto uns dos outros — e sua ordem de publicação — é que consigo realmente notar a evolução da autora: se em Beach Read eu já conseguia identificar uma boa escrita e uma premissa interessante, mas uma narrativa e personagens mal construídas, com People We Meet On Vacation e Book Lovers senti que todas as falhas do primeiro livro tinham sido superadas.
Se me perguntarem qual o meu favorito, terei de dar aquela resposta chata: depende. Acho que People We Meet On Vacation vale sobretudo pela forma como a narrativa está desenvolvida, fazendo com que queiramos sempre ler para saber o que aconteceu. Por outro lado, o enredo de Book Lovers é bastante previsível, mas considero as personagens muito profundas e bem desenvolvidas.
A tradução para português (Doidos Por Livros) vai sair agora em Novembro e espero que esteja boa, para que toda a gente possa ligar-se a estas personagens e passar um bom tempinho com elas. Desse lado, como estão em relação a Emily Henry? Gostam ou nem por isso?