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Rita da Nova

Ter | 25.10.22

Pandora's Jar, Natalie Haynes

Depois do meu post da semana passada, sobre audiolivros, nada como trazer um livro que ouvi recentemente e que adorei. Talvez seja uma recomendação muito especifica, uma vez que se trata de um livro de não ficção sobre mitologia grega — mas acompanhem-me na mesma, que vai na volta e ainda ficam com vontade de entrar nestas lides mitológicas.

 

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Já tinha ouvido falar dos livros da Natalie Haynes através da Noelle, principalmente dos de ficção onde reconta alguns mitos conhecidos — como A Thousand Ships (que tenho cá em casa para ler) ou The Children of Jocasta. Porém, como procurava alguma coisa para ouvir e tinham falado deste Pandora’s Jar no Discord, achei por bem experimentar. A autora começa por explicar como a mitologia grega faz parte da sua vida desde criança, uma vez que sempre teve muita curiosidade sobre o tema, e diz que se lembra de contactar com o mito da Medusa através do filme Clash of the Titans.

 

Depois de anos a estudar mitologia grega, surgiu-lhe a ideia de olhar para as histórias de dez mulheres com mitos conhecidos e populares, com o objectivo de perceber como é que eram vistas na Grécia Antiga e como são retratadas aos dias de hoje — o que é que se manteve e o que é que mudou? Será que aquilo que sabemos sobre estas mulheres está aproximado daquilo que os poetas, dramaturgos e escritores da Antiguidade relatavam?

 

Every myth contains multiple timelines within itself: the time in which it is set, the time it is first told, and every retelling afterwards. Myths may be the home of the miraculous, but they are also mirrors of us. Which version of a story we choose to tell, which characters we place in the foreground, which ones we allow to fade into the shadows: these reflect both the teller and the reader, as much as they show the characters of the myth. We have made space in our storytelling to rediscover women who have been lost or forgotten. They are not villains, victims, wives and monsters: they are people.

 

Como é perceptível ao longo de todo o livro, nenhuma destas mulheres tem uma única história — não tinham na Grécia Antiga e, como é óbvio, não têm agora. Cada história tem inúmeras versões, e fica do nosso lado retirar o que acharmos mais relevante de cada uma delas. Quer conheçam ou não Pandora, Jocasta, Helena, Medusa, as Amazonas, Clitemnestra, Eurídice, Fedra, Medeia e Penélope, acho que podem encontrar aqui várias coisas interessantes sobre a forma como os mitos gregos têm influência nos dias de hoje.

 

Além de tudo isto, Natalie Haynes escreve de uma forma muito descontraída e com bastante humor, conseguindo trazer estes temas para os dias de hoje. Diria que só por isso já vale a pena dar uma oportunidade a este livro. E, se escolherem a versão áudio, vem com o bónus de ser narrado pela própria autora.

 

O que me dizem? Ficaram com vontade de ler este livro?