Carrie Soto is Back, Taylor Jenkins Reid
Eu não precisava de mais provas de que Taylor Jenkins Reid é mestre a criar mundos ficcionados que parecem reais, mas o seu mais recente livro, Carrie Soto is Back, conseguiu mais uma vez a proeza de me transportar para uma realidade que não é a minha — e que também não é a da autora. Posso dizer que, até agora, foi a escolha do Clube do Livra-te que mais gozo me deu ler (sobretudo em conjunto com as pessoas que estão no Discord).
Neste livro, Taylor Jenkins Reid recupera a personagem da Carrie Soto, que faz uma breve aparição em Malibu Rising, e faz dela a personagem central desta nova história. Começa com a tenista, já retirada, a perceber que os seus recordes estão prestes a serem roubados por uma tenista mais jovem, a britânica Nicki Chan. Nesse momento, Carrie Soto toma a decisão de voltar à competição em 1995 e de participar nos quatros torneios que compõem um Grand Slam: Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open.
Carrie Soto regressa contra tudo e contra todos, mas conta com o apoio do pai — que em tempos também foi seu treinador —, e com o apoio de Bowe Huntley, um jogador mais ou menos da mesma idade dela, que continua a tentar singrar nas competições. E agora vocês perguntam: Rita, mas tu gostas ou percebes alguma coisa de ténis? Não. Mas essa é mesmo a magia de Taylor Jenkins Reid — interessar-nos em temas e em pessoas que, de outra forma, nos passariam completamente ao lado. Quando eu vos digo que estive colada a este livro do início ao fim, quero mesmo dizer que estive tipo UHU, Super Cola 3, o que quiserem.
Quem leu Malibu Rising sabe que Carrie Soto não é uma personagem lá muito simpática, mas, neste livro, compreendemos exactamente porque é que é tão competitiva e porque é que se comporta como uma bitch — não é exagero, é mesmo assim que a apelidam. Mas também mergulhamos na relação dela com o pai, talvez a parte que mais me emocionou em todo o livro, até porque o facto de serem também treinador e atleta (não apenas pai e filha) faz com que a dinâmica entre eles seja muito diferente do que é normalmente explorado nos livros.
Gwen stands up and puts her hand on my shoulder. "Falling in love is really quite simple," she says. "You want to know the secret? It’s the same thing we are all doing about life every single day."
I look to her.
"Forget there's an ending."
Identifiquei-me muito com a Carrie, entendo perfeitamente a vontade — necessidade, até — de ser a melhor, de competir constantemente consigo mesma e com os outros, mesmo que isso não caia bem a toda a gente. Podia estar aqui horas a falar sobre este livro — que empatou no meu coração com The Seven Husbands of Evelyn Hugo —, mas nada substitui a experiência de o lerem. Então digo apenas: leiam! Está traduzido, por isso não têm desculpa para não o fazerem. Prometo que vale a pena, mesmo que se estejam a marimbar para o ténis.
Como sempre, há várias referências aos outros livros deste universo que Taylor Jenkins Reid está a criar. Não precisam de os ter lido para apreciar este, mas sempre dá aquele gostinho especial. Deixo-vos aqui a minha opinião sobre os restantes livros dela, caso queiram explorar um pouco mais ou decidir qual ler a seguir:
> The Seven Husbands of Evelyn Hugo
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