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Rita da Nova

Qui | 29.09.22

Wordslut, Amanda Montell

Já aqui vos tinha dito que estou fascinada com a Amanda Montell, autora do livro Cultish e do podcast Sounds Like a Cult — e enquanto espero que lance o seu novo livro, The Age of Magical Overthinking, decidi dar uma oportunidade ao primeiro livro que escreveu. Chama-se Wordslut: A Feminist Guide to Taking Back the English Language.

 

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Como acontece com a maioria dos livros de não-ficção, optei pela versão audiolivro e, felizmente, desta vez é a própria autora a narrar. Ela é tão carismática, que só me faz questionar ainda mais o motivo pelo qual não é ela a ler o Cultish. Mas bom, avançando! Tendo em conta a sua formação como linguista, Amanda Montell debruça-se sobre as várias consequências — essencialmente negativas — de uma linguagem genderizada. O que é mais curioso é que eu sempre entendi a língua inglesa como uma língua um pouco mais igualitária do que a portuguesa, menos assente na dicotomia feminino-masculino, mas este livro veio provar-me que não é bem assim.

 

One of our culture’s least helpful pieces of advice is that women need to change the way they speak to sound less “like women” (or that queer people need to sound straighter, or that people of color need to sound whiter). The way any of these folks talk isn’t inherently more or less worthy of respect. It only sounds that way because it reflects an underlying assumption about who holds more power in our culture.

 

É um livro um pouco mais denso do que o Cultish, sobretudo porque Amanda Montell tenta ser o mais abrangente possível nos assuntos que aborda. Fala de coisas como a diferença nos insultos a mulheres vs. homens, os diferentes tipos de tratamento formal que existem para os dois géneros, a forma como a linguagem evolui e o papel das mulheres nessa mudança, a linguagem como forma de opressão, entre outros. E sim, ela faz o disclaimer de que nem sempre esta opressão e genderização da linguagem são conscientes ou propositadas, mas também recorda a importância de as mulheres começarem a tomar as rédeas a linguagem.

 

Se acham que a autora quis ser provocadora, acham bem! Tenho a certeza de que algumas pessoas acharão este livro exagerado em alguns pontos, mas dá-me a impressão de que foi mesmo propositado — Amanda Montell tem opiniões e não tem medo de as expressar, ao contrário de muitas mulheres que, lá está, sempre se sentiram oprimidas no momento de partilhar as duas ideias. Mais que não seja, vale a pena ler ou ouvir para ganhar força com o exemplo dela!

 

Sabiam que a autora tinha escrito este livro? Ficaram com curiosidade em ler? Contem-me tudo!