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Rita da Nova

Ter | 16.08.22

Sorrow and Bliss, Meg Mason

Se acompanham o Discord do Livra-te, então saberão que Sorrow and Bliss, de Meg Mason, é uma das leituras conjuntas que eu e a Joana organizámos para o mês de Agosto — sendo que o podcast foi de férias, achámos que fazia sentido planear algumas dinâmicas diferentes, além das escolhas do Clube do Livra-te. Confesso que o escolhemos porque estava na TBR de ambas há demasiado tempo — e está a ser uma óptima experiência de leitura conjunta.

 

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Sinto que já disse várias coisas sobre este livro no Discord, mas para quem ainda não está lá (shame on you!), aqui fica um resumo: Sorrow and Bliss centra-se na vida de Martha Friel, uma mulher que desde cedo sofre de doença mental — embora não se saiba ao certo qual, algo que foi propositado da parte da autora, para que o leitor não se prendesse demasiado à doença e pouco às suas consequências. Está escrito na primeira pessoa, o que nos obriga a ver as coisas do ponto de vista da personagem principal e, mesmo que não consigamos empatizar a 100% com as suas atitudes, pelo menos somos capazes de as compreender.

 

No fundo, Sorrow and Bliss mergulha profundamente na forma como a doença mental (e o seu diagnóstico) tem a capacidade de afectar tudo à nossa volta — não apenas a forma como vemos o mundo e como nos comportamos, mas também as nossas relações com família e amigos e, até, a própria vida das pessoas que estão à nossa volta.

 

Because when suffering is unavoidable, the only thing one gets to choose is the backdrop. Crying one’s eyes out beside the Seine is vastly better than crying one’s eyes out while traipsing around Hammersmith.

 

Tirando uma ou outra questão com a pontuação (vírgulas fora do sítio), a escrita foi o que mais me cativou neste livro. Meg Mason consegue um equilíbrio interessante entre depressão e humor — lá está, entre sorrow and bliss — também na forma como narra os acontecimentos, fazendo muito lembrar a série Fleabag. Ainda assim, sinto que me faltou qualquer coisa para que este livro fosse para o grupinho dos favoritos. Talvez porque tinha as expectativas demasiado altas, ou porque me identifiquei mais com as personagens secundárias do que com a própria protagonista?

 

Seja como for, acho que este livro vale mesmo a pena. Mesmo que não seja o vosso estilo de leitura habitual, pelo que tenho visto no Discord, é uma experiência mais ou menos consensual. E a parte boa é que está traduzido para português, apesar do título e capa duvidosos — chama-se As Alegrias e Tristezas de Martha Friel. Quem já leu? O que acharam?