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Rita da Nova

Ter | 05.07.22

We Have Always Lived in the Castle, Shirley Jackson

Os melhores livros são aqueles que não planeávamos ler, ou que nem sequer são o nosso género — foi assim que dei por mim a ler We Have Always Lived in the Castle, de Shirley Jackson. Estava na Madeira e a minha amiga Sofia disse: “vou-te emprestar o livro mais bonito que tenho”. A edição era efectivamente muito bonita e gostei muito de o ler.

 

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Da mesma autora já tinha lido The Haunting of Hill House, de que não tinha gostado assim tanto. Mas este pequeno livro foi uma experiência completamente diferente: na voz de Mary Katherine, ou Merricat, uma menina de dezoito anos, conta a história de uma família isolada do resto da cidade — Merricat mora com a irmã mais velha, Constance, que nunca sai de casa, e com o tio Julian, que se dedica a escrever memórias de família. Merricat é espécie de ponte desta família com o resto do mundo, e ao início não compreendemos muito bem porque é que são tão mal vistos pelos outros — algo que vai fazendo cada vez mais sentido através das interacções entre a família e algumas pessoas da vila.

 

My name is Mary Katherine Blackwood. I am eighteen years old, and I live with my sister Constance. I have often thought that with any luck at all, I could have been born a werewolf, because the two middle fingers on both my hands are the same length, but I have had to be content with what I had. I dislike washing myself, and dogs, and noise. I like my sister Constance, and Richard Plantagenet, and Amanita phalloides, the death-cup mushroom. Everyone else in our family is dead.

 

Com a chegada de um primo afastado, Charles, uma série de eventos começam a suceder-se e é então que compreendemos os motivos pelos quais esta família vive afastada do resto da vila. Embora seja um livro de terror, a verdade é que esse terror é muito mais psicológico — não há nada de paranormal nesta história, é tudo desenrolado através da construção das personagens.

 

Não teria pegado neste livro de outra forma, mas fico feliz por tê-lo feito: é pequenino e a narrativa tem um ritmo relativamente acelerado, o que acabou por me deixar colada até ao fim. Fiquei com muita curiosidade de ver o filme de 2018, com o Sebastian Stan (claro 😏). Já viram? Vale a pena?