Islândia // South Coast (dia 1)
O nosso segundo dia completo pela Islândia foi também aquele em que o tempo começou a estar a desfavor — ainda não o suficiente para nos parar, mas já com indícios da tempestade que iríamos enfrentar no dia seguinte. Mas antes de vos contar tudo o que fizemos no primeiro dia de exploração da South Coast, dou-vos uns minutinhos para se porem a par das aventuras do dia anterior, passado entre Reykjavik e o Golden Circle.
Já regressaram? Então comecemos: como sabem, estávamos alojados nos Borg Apartments, a cerca de vinte minutos da nossa primeira paragem — a Seljalandsfoss. Sim, mais uma cascata, mas esta é diferente, uma vez que podem passar por trás da água. Não se esqueçam de levar um impermeável, porque a água cai com tanta força, que vão sair de lá como se tivessem ido ao banho. É uma experiência incrível e, embora tenhamos ido bastante cedo, o local já estava cheio de turistas, pelo que recomendo que tentem ir a horas menos agitadas.
O nosso ponto seguinte era mais um conjunto de cascatas, acessíveis através de um percurso muito bonito, mas no caminho parámos em Drangurinn í Drangshlíð, uma formação rochosa isolada com umas casinhas muito engraçadas, aparentemente ligadas a histórias de elfos. Foi nessa parte do caminho que nos apercebemos da ventania irreal que estava e que nos acompanhou durante o resto do dia. Chegados a Skógafoss, a cascata principal, ainda tivemos coragem de percorrer o trilho para visitar outras duas cascatas — Hestavaðsfoss e Steinbogafoss, mas o vento não permitiu mais. De qualquer das formas, o percurso está muito bem sinalizado e, num dia menos ventoso, deve ser muito agradável ir até ao fim.
A seguir, sempre em frente na costa sul da ilha, parámos ainda perto do glaciar Sólheimajökull. Ponderámos ainda fazer uma caminhada no gelo, mas teria sido impossível nesse dia: as excursões estavam todas a ser canceladas por causa do vento. De qualquer das formas, é uma actividade que recomendo que planeiem e marquem com antecedência, para poderem gerir o resto do dia em torno disso.
Passámos então para o ponto que estávamos mais entusiasmados para ver — o DC-3 Plane Wreck. Essencialmente, um avião de mercadorias despenhou-se na praia de Sólheimasandur em 1973 e, felizmente, a tripulação sobreviveu toda. Os motivos para a queda permanecem desconhecidos, mas o local é muito visitado porque a areia preta contrasta na perfeição com os restos do avião. É preciso caminhar cerca de 3km para chegar lá, mas também podem apanhar um shuttle que vos deixa bem perto. Nós decidimos caminhar, o que seria perfeitamente fazível num dia sem vento, mas foi terrível — estavam ventos de 50km/hora, o que fez com que tivesse que vir agarrada ao Guilherme o tempo todo, caso contrário voaria.
Percorridos mais 3km de regresso, dirigimo-nos então a Vík, uma cidade costeira, para abastecer o carro e comprar jantar e almoço para o dia seguinte. Ainda antes de terminar o dia visitámos mais uma praia de areia negra, a Reynisfjara, conhecida pelas colunas de basalto que, espantem-se, também já serviram de pano de fundo para locais de Game of Thrones (lembram-se de Eastwatch-by-the-sea?).
Ainda tínhamos tempo para visitar mais pontos, mas o cansaço de andar o dia todo a caminhar contra o vento e mais a chuva que começava a instalar-se deram-nos o mote perfeito para ir aproveitar o alojamento dessa noite. Ficámos no Farmhouse Lodge e foi um dos nossos sítios preferidos de toda a viagem. Primeiro porque fomos recebidos pela Sílvia, uma funcionária portuguesa que ficou super feliz por receber compatriotas e, depois, porque o quarto e o pequeno-almoço eram incríveis. Recomendo muito!
[Terminamos o post com o meu ar pleno a ler, porque a viagem também teve muito disto.]
A tempestade piorou no dia seguinte, então o restante percurso pela South Coast não foi tão agradável como gostaríamos, mas mesmo assim há vários pontos positivos que quero partilhar convosco. Fá-lo-ei no próximo post sobre a nossa viagem, por isso usem e abusem da caixa de comentários para deixar as vossas dúvidas.