Breathless, Jennifer Niven
Breathless, de Jennifer Niven, foi uma das escolhas de Fevereiro para o Clube do Livra-te e tenho que confessar desde início que não seria uma leitura que eu escolheria por iniciativa própria — é muito mais a cara da Joana do que a minha. Embora tenha ido de espírito completamente aberto para a leitura, posso desde já dizer que nada aqui funcionou para mim.
Começando pela premissa: Claude é uma adolescente de dezoito anos, prestes a ir para a faculdade e a separar-se não só da cidade onde sempre cresceu, mas também da sua melhor amiga. Ao mesmo tempo que a protagonista tenta lidar com a grande prioridade na vida dela, perder a virgindade, os pais dizem-lhe que se vão separar. Como consequência disso, o último Verão antes de partir para a universidade é passado com a mãe numa ilha perto da Georgia — o que começa por ser uma espécie de refúgio para a mãe, acaba por ser uma forma de a filha se encontrar.
Em resumo é isto, mas lá no meio há muito mimimi de adolescente parva, que acaba por ter tudo o que quer, mas parece sempre encontrar desculpas para fazer asneiras — ora é a separação dos pais, ora é o facto de a melhor amiga ter perdido a virgindade antes dela, ora é o facto de ter decidido cortar o cabelo em casa e o resultado final ter ficado uma bosta.
E sim, eu sei, EU SEI que estas costumam ser as dinâmicas habituais na adolescência, não estou a dizer o contrário, mas não consegui engolir a forma como a autora criou esta personagem — ao mesmo tempo que tem atitudes de adolescente, pensa de forma tão adulta e auto-consciente, que me pareceu estranho enquanto lia. Tudo fez mais sentido quando, nos agradecimentos, Jennifer Niven diz que este livro é muito inspirado na história dela e na separação dos pais. Terá sido a autora a projectar o que sabe, em adulta, do que lhe aconteceu em adolescente?
She says, “I’m glad to see you cry. I’ve been worried about you. If the tears don’t come out as tears, they’re going to come out some other way. And hey, it’s okay to still be a child to your parents. No matter how grown-up you get. It’s okay to let me be the mom. Actually, it’s good for me too. Especially right now. So let me be the mom.”
A única parte que me interessou verdadeiramente foram as tartarugas que desovam na ilha, e o facto de os habitantes e visitantes tentarem proteger os ninhos de predadores. A personagem principal testemunha mesmo o momento em que uma tartaruga vem deixar os ovos na praia e aí sim, quis ser aquela pessoa só para poder assistir a uma demonstração tão bonita da natureza.
E desse lado, também escolheram ler este? O que acharam?
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