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Rita da Nova

Ter | 07.12.21

It Ends with Us, Colleen Hoover

It Ends with Us é, provavelmente, o livro mais badalado da Colleen Hoover no BookTok — e, depois ter adorado o Verity, quis dar uma oportunidade também a este. Acho que nunca me tinha acontecido o que aconteceu com este livro: mesmo não tendo amado a leitura, acabei de o ler completamente destroçada.

 

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Vou tentar não dar muitos spoilers, uma vez que neste género de livros é importante que as pessoas partam mais ou menos às cegas para a leitura. Dando algum contexto sobre o enredo: Lily conhece Ryle num rooftop e a atracção entre os dois é imediata. Porém, Ryle admite desde início que não é feito para relações sérias e que só consegue ter one night stands. Enquanto acompanhamos esta linha temporal (presente), vamos também sendo transportados para o passado de Lily através do diário em forma de cartas que dirigia, mas não enviava, à Ellen DeGeneres.

 

É nesses cadernos que sabemos duas coisas essenciais: a mãe da Lily sofria de violência doméstica por parte do pai e conhecemos o primeiro amor de Lily — Atlas, um rapaz em situação de sem-abrigo que a protagonista tenta ajudar, até que se apaixonam. As duas linhas da narrativa vão-se cruzando nas mesmas temáticas: empatia, violência, perdão.

 

We all have a limit. What we’re willing to put up with before we break. When I married your father, I knew exactly what my limit was. But slowly... with every incident... my limit was pushed a little more. And a little more. The first time your father hit me, he was immediately sorry. He swore it would never happen again. The second time he hit me, he was even more sorry. The third time it happened, it was more than a hit. It was a beating. And every single time, I took him back. But the fourth time, it was only a slap. And when that happened, I felt relieved. I remember thinking, ‘At least he didn’t beat me this time. This wasn’t so bad.

 

Há várias coisas meio cliché no enredo — como o amor à primeira vista entre a Lily e o Ryle — e o epílogo do livro era completamente desnecessário (quem leu vai identificar o que quero dizer). Contudo, foi só quando li a nota da autora, em que Hoover explica que este livro é baseado na história da mãe, que senti algumas coisas a fazer sentido. Saber que este livro foi escrito numa tentativa de compreender o lado das vítimas de violência doméstica que nem sempre abandonam a outra pessoa à primeira agressão, faz com que tenha muita admiração pela autora. Eu própria tenho muitas vezes a arrogância de dizer que se a pessoa que é suposto amarmos nos trata mal, então é para deixar, consegui ver que posso estar a ser profundamente injusta.

 

Just because someone hurts you doesn't mean you can simply stop loving them. It's not a person's actions that hurt the most. It's the love. If there was no love attached to the action, the pain would be a little easier to bear.

 

Não sendo um livro incrível, é um excelente exercício de empatia e valeria quase só pela nota da autora. Acho que vou continuar a querer explorar os livros da Colleen Hoover, alguma sugestão sobre qual deveria ser o meu próximo?