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Rita da Nova

Ter | 16.11.21

Modern Romance, Aziz Ansari

Estavam com saudades de movimento aqui pelo blog? Eu também! Só estive uma semana parada, por causa das datas ao vivo do Terapia de Casal, mas parece que passou imenso tempo — não há como negar, este é mesmo o meu cantinho feliz na internet. Com estas correrias todas também tenho tido uma rotina meio chata para ler, mas ouvi recentemente mais um audiolivro e achei que seria a forma perfeita de regressar aqui ao blog.

 

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Quando fomos a Nova Iorque, em 2017, comprámos vários livros e, entre eles, estava Modern Romance, de Aziz Ansari. Juntamente com o sociólogo Eric Klinenberg, o actor e comediante quis entender como é namorar hoje em dia — dos primórdios dos sites e apps de encontros, passando pela forma como nos comprometemos (ou não), esta dupla analisou vários estudos e recolheu vários testemunhos sobre diferentes vidas amorosas, presencialmente e no Reddit.

 

Marriage was an economic institution in which you were given a partnership for life in terms of children and social status and succession and companionship. But now we want our partner to still give us all these things, but in addition I want you to be my best friend and my trusted confidant and my passionate lover to boot, and we live twice as long. So we come to one person, and we basically are asking them to give us what once an entire village used to provide: Give me belonging, give me identity, give me continuity, but give me transcendence and mystery and awe all in one. Give me comfort, give me edge. Give me novelty, give me familiarity. Give me predictability, give me surprise. And we think it’s a given, and toys and lingerie are going to save us with that. Ideally, though, we’re lucky, and we find our soul mate and enjoy that life-changing mother lode of happiness. But a soul mate is a very hard thing to find.

 

Aziz é fruto de um casamento combinado e facilmente percebeu que, apesar da aparente falta de escolha, os pais se amam profundamente e têm um relacionamento sólido. Com este livro, os autores lançam várias perguntas e tentam responder-lhes: numa era tecnológica em que as nossas opções são virtualmente infinitas, será que escolhemos melhor as pessoas com quem temos um relacionamento amoroso? Será que devemos culpar apenas a tecnologia pela forma como a génese do amor moderno foi mudando ao longo do tempo?

 

Enquanto pessoa que está numa relação estável há seis anos, e que passou pelos pingos da chuva do boom das dating apps, tenho sempre muita curiosidade sobre a forma como as pessoas se conhecem e ligam hoje em dia, pelo que este livro me trouxe uma perspectiva muito humana e engraçada. Atenção apenas que, com a evolução rápida das coisas, o livro começa a ficar um bocadinho datado porque é de 2015 — pelo que há aspectos que não estão considerados aqui, como novas plataformas e, até, conhecer pessoas em tempos de pandemia.

 

Este era um daqueles livros que queria ler há demasiado tempo, mas outros (sobretudo os de ficção) acabavam sempre por sobrepor-se. O Guilherme leu-o, emprestámo-lo a vários amigos, mas eu acabei por me render à versão audiolivro narrada pelo próprio Aziz. Amei porque, além da entoação dele, houve mesmo um esforço por mudar ligeiramente o conteúdo para obedecer melhor ao formato — acho mesmo que foi das melhores adaptações que já ouvi.

 

Conheciam o livro? Recomendo muito que o leiam ou, se tiverem essa oportunidade, gosto e facilidade, que o oiçam. Não só é divertido, como vão certamente sentir que conhecem um pouco melhor a forma como nos ligamos uns aos outros.

Sex | 05.11.21

The Spanish Love Deception, Elena Armas

Não sou muito fiel a contas de Instagram sobre livros, mas a da Elena Armas é das que sigo há anos. Fui acompanhando o processo de escrita de The Spanish Love Deception através das publicações que ia fazendo e, quando a Joana (a minha companheira de Livra-te) disse que tinha lido e tinha gostado, achei que merecia uma oportunidade.

 

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Demorei um bocadinho a conseguí-lo por vias legais — segundo entendi, a autora lançou o livro sozinha e, depois, conseguiu juntar-se a uma editora para conseguir fazê-lo chegar a mais mercados. Foi aí que o consegui no Kobo e comecei a ler. The Spanish Love Deception é um romance puro, que segue uma narrativa enemies to lovers: Catalina, a protagonista, é espanhola e vive em Nova Iorque, onde trabalha numa empresa tecnológica. Quando precisa de regressar a Espanha a propósito do casamento da irmã, ela sabe que não pode ir sem um acompanhante porque a família vai azucrinar-lhe a cabeça.

 

É aí que entra Aaron Blackford, o colega de trabalho que ela odeia, mas que se oferece para ser o +1 dela. Já estão a ver o que vai acontecer, não é? Será que o ódio é mútuo ou sequer assim tão verdadeiro? Posso apenas dizer que a personagem do Aaron só podia ser ficcionada, porque não existe um homem tão perfeito quanto este. Mas é assim, para que servem os livros, se não para nos fazer sonhar?

 

You are all that, Catalina. You are light. And passion. Your laughter alone can lift my mood and effortlessly turn my day around in a matter of seconds. Even when it's not aimed at me. You.. can light up entire rooms, Catalina. You hold that kind of power. And it's because of all the different things that make you who you are. Each and every one of them, even the ones that drive me crazy in ways you can't imagine. You should never forget that.

 

Em geral gostei do livro e, embora se note claramente que é o primeiro da autora, também é evidente que ela tem bastante potencial e que se diverte muito a escrever este tipo de romances (está inclusivamente a trabalhar no próximo, onde explora as personagens Rosie e Lucas, uma amiga e um primo de Catalina). Senti apenas duas coisas: por um lado, é bastante lento e descritivo, às vezes parece que estamos a acompanhar episódios mundanos das personagens que não fazem propriamente a narrativa avançar ou que não contribuem para construir as personagens. Por outro lado, senti falta de conflito porque, apesar de haver um conflito interno grande na personagem principal, pareceu-me tudo bastante simples para o romance acontecer.

 

Resumindo e concluindo: se gostam deste género ou estão a precisar de um livro mais levezinho para limpar o palato, podem dar uma oportunidade a The Spanish Love Deception — para já apenas disponível em inglês. Já tinham ouvido falar do livro ou da autora? Ficaram com curiosidade? Contem-me tudo nos comentários!

Qui | 04.11.21

Três e-books para Novembro

Novo mês, novos e-books em pareceria com a Kobo e a Fnac Portugal! Ao contrário do costume, em que as escolhas vão um pouco ao sabor do que há de novo no catálogo da Kobo, em Novembro decidi dar uma tónica um pouco mais temática. Escolhi, então, três e-books de autoras que adorei ler e gostava que lessem também.

 

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Ou seja: alguns destes livros não são propriamente novidade, mas são alguns dos meus favoritos – daqueles que recomendo mesmo, quase independentemente do vosso gosto literário, porque sei que são tão bons que é difícil falhar. Há coisa de dois anos comecei a fazer um esforço consciente por apoiar e ler mais mulheres e, agora, quase que dou por mim a ler mais escritoras do que escritores. Sem mais demoras, trago-vos os três e-books de Novembro:

 

Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, Taylor Jenkins Reid

 

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Sinopse:

Evelyn Hugo, uma das maiores estrelas de Hollywood, agora a aproximar-se dos 80 anos, decide finalmente contar tudo sobre a sua vida recheada de glamour e de uma boa dose de escândalos. Quando escolhe a desconhecida Monique Grant para escrever a sua história, todos ficam surpreendidos, incluindo a própria jornalista. Porquê ela? Porquê agora?

Determinada a aproveitar a oportunidade para impulsionar a sua carreira, Monique regista o relato de Evelyn com fascínio e admiração. Da chegada a Hollywood no início da década de 1950 à decisão de abandonar o mundo do espetáculo 30 anos depois, incluindo, claro está, os seus sete casamentos, a vida de Evelyn é repleta de ambição desmedida, amizades improváveis e um grande amor proibido.

À medida que a história de Evelyn se aproxima do final, torna-se claro que a sua vida está ligada à de Monique de uma forma trágica e irreversível.

 

O que escrevi sobre este livro (li em inglês):

> The Seven Husbands of Evelyn Hugo, Taylor Jenkins Reid

 

 

A Amiga Genial, Elena Ferrante

 

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Sinopse:

Amiga Genial é a história de um encontro entre duas crianças de um bairro popular nos arredores de Nápoles e da sua amizade adolescente. Elena conhece a sua amiga na primeira classe. Provêm ambas de famílias remediadas. O pai de Elena trabalha como porteiro na câmara municipal, o de Lila Cerullo é sapateiro. Lila é bravia, sagaz, corajosa nas palavras e nas acções. Tem resposta pronta para tudo e age com uma determinação que a pacata e estudiosa Elena inveja. Quando a desajeitada Lila se transforma numa adolescente que fascina os rapazes do bairro, Elena continua a procurar nela a sua inspiração. O percurso de ambas separa-se quando, ao contrário de Lila, Elena continua os estudos liceais e Lila tem de lutar por si e pela sua família no bairro onde vive. Mas a sua amizade prossegue. A Amiga Genial tem o andamento de uma grande narrativa popular, densa, veloz e desconcertante, ligeira e profunda, mostrando os conflitos familiares e amorosos numa sucessão de episódios que os leitores desejariam que nunca acabasse.

 

O que escrevi sobre este livro:

> Os livros da Rita // A Amiga Genial (volumes I & II)

 

 

A outra metade, Brit Bennett

 

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Sinopse:

Geração após geração, a comunidade negra de Mallard, no Estado sulista de Luisiana, esforça-se por aclarar o tom da sua pele, favorecendo os casamentos mistos. Desiree e Stella são disso um bom exemplo, com a sua pele "cor de areia húmida", olhos castanho-avelã e cabelo ondulado. Mas a aparência não basta para as livrar do estigma, e acabam por assistir à morte violenta do pai, à humilhação da mãe depois disso.

Aos dezasseis anos, escolhem fugir juntas da terra sufocante. Pretendem escapar ao seu sangue e libertar o seu futuro. Mas a fuga para Nova Orleães acaba por ditar o afastamento das irmãs.

Catorze anos mais tarde, Desiree volta à casa materna, arrastando pelas ruas poeirentas da terra uma filha de pele "negra como o alcatrão", que atrai todos os olhares do lugarejo retrógrado. Stella, por seu lado, tem a vida construída numa mentira: vive na Califórnia, faz-se passar por branca, e o marido nada sabe do seu passado.

Apesar de tantos quilómetros e tantas mentiras a separá-las, os destinos das gémeas estão inevitavelmente entrelaçados. E voltarão a cruzar-se, porque é impossível renegar a metade que nos pertence.

Na saga desta família, Brit Bennett cria uma história de apelo universal e intemporal. Não se detendo no inevitável tema central da raça e da identidade, A outra metade reflecte sobre o peso do passado no presente, pondera as consequências e os limites da reinvenção pessoal e oferece uma meditação poderosa sobre a família e a liberdade individual.

 

O que escrevi sobre este livro (li em inglês):

> The Vanishing Half, Brit Bennett

 

 

Espero que gostem das escolhas, estas vêm mesmo de um lugar especial no meu coração de leitora. Já a partir de amanhã terão a oportunidade de ganhar estes três e-books para ler no vosso Kobo (ou, caso não tenham um, na app do Kobo para o telemóvel). É uma questão de participarem no meu Instagram. Boa sorte!

Ter | 02.11.21

Música para o mês // Novembro

Novembro, Novembro, Novembro. Ainda agora começa e já está tão cheio de planos bons – entre o lançamento oficial do nosso livro (começa a chegar às livrarias a partir de amanhã), as idas a vários sítios para falar um pouco dele a as datas ao vivo do Terapia de Casal, tenho a certeza de que vai ser uma correria daquelas boas.

 

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Entrando no tema que me traz aqui: outra coisa que está para chegar este mês e me deixa muito entusiasmada é o novo álbum da Adele, o 30. E embora ela já seja mais velha, o rumor é o de que estas músicas foram escritas quando tinha trinta anos e se tinha acabado de separar – quem gosta de Adele sabe que é o cocktail perfeito para que venham daí boas músicas.

 

Enquanto dia 19 ainda parece um pouco longe, nada como ir ouvindo Easy On Me, o primeiro single do álbum. E é assim: se as músicas da Adele são todas muito parecidas? São, mas já passou muito tempo desde que ela lançou alguma coisa eu sempre ouvi dizer que "em equipa vencedora não se mexe". Estarei sempre aqui para receber novas músicas dela, perfeitas para esta altura do ano.

 

 

There ain't no gold in this river

That I've been washin' my hands in forever

I know there is hope in these waters

But I can't bring myself to swim

When I am drowning in this silence

Baby, let me in

Go easy on me, baby

I was still a child

Didn't get the chance to

Feel the world around me

I had no time to choose

What I chose to do

So go easy on me

 

E desse lado, o que vos traz Novembro? Que música escolheriam para o receber?

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