Ready Player One, Ernest Cline
Se vão estando atentos às minhas publicações no Instagram sabem que eu e o Guilherme temos feito uma parceria com a Wook para celebrar a forma como os livros nos podem ajudar a despertar – despertar para novos temas, para novas realidades, para novas culturas. Parte do desafio que nos foi lançado consistia em que o Guilherme lesse um dos livros que teve impacto na minha forma de ver o mundo (O Retorno, de Dulce Maria Cardoso), enquanto eu leria um dos dele.
E foi assim que Ready Player One, de Ernest Cline, veio parar às minhas mãos e foi uma das minhas leituras recentes. Era um daqueles que tinha eventualmente na pilha para ler, mas que foi sendo ultrapassado por outros que são mais a minha onda. Acho até que, se não fosse o desafio, não o teria lido tão cedo – mas ainda bem que o fiz, já que foi uma experiência leve e divertida.
A premissa é muito interessante e dá pano para mangas: em 2044, o mundo é um sítio muito feio. Doenças, problemas ambientais e violência são a regra, não a excepção. No meio deste cenário negro, o OASIS (um sistema de realidade virtual onde é possível fazer praticamente tudo) é o único sítio em que a maior parte das pessoas se sentem bem e em segurança. Quando o criador do jogo morre sem deixar herdeiros, começa uma caça pelas diversas pistas que foram deixadas e que vão levar alguém ao grande prémio final.
Passam-se anos até que alguém, um adolescente chamado Wade Watts na vida real e Parzival no OASIS, descobre a primeira pista e reacende o jogo. À medida que outros jogadores seguem no seu encalço, Parzival começa a pôr em causa as amizades que foi criando neste sistema e a ser ameaçado por pessoas mais fortes do que ele, que querem destruir o OASIS. É um livro cheio de referências aos anos 80, não apenas de arcade, mas de filmes, séries, músicas e filmes – e é a prova de que ser um nerd compensa mais do que ter força física.
I created the OASIS because I never felt at home in the real world. I didn't know how to connect with the people there. I was afraid, for all of my life, right up until I knew it was ending. That was when I realized, as terrifying and painful as reality can be, it's also the only place where you can find true happiness. Because reality is real.
A leitura é quase como uma aventura bastante divertida, com altos e baixos que me foram tirando o fôlego. De tudo, aquilo de que mais gostei foi da construção da personagem Arth3mis, a única jogadora mulher a estar no pódio e interesse amoroso da personagem principal. Acho até que é ela quem torna mais palpável as diferenças entre existir dentro e fora do OASIS (e qual o lado mais importante).
Também existe o filme, que eu vi mal estreou e bastante antes de ler o livro. Lembro-me que é bastante diferente do livro, mas vi há tanto tempo que acabou por não ter impacto na minha leitura. E vocês, já conheciam este?