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Rita da Nova

Ter | 13.10.20

Como organizo o meu dia

Sempre que abro a caixinha de perguntas no Instagram para vos pedir temas aqui para o blog, há sempre uma coisa que vem à baila - como é que eu organizo o meu dia-a-dia de forma a arranjar tempo para tudo o que tenho de fazer. Não sei se é por eu ter um ar particularmente organizado ou por verem que faço várias coisas durante o dia, mas a primeira coisa que precisam de saber é que eu sempre tive tendência a gostar de ter as coisas direitinhas, de organizar e arrumar. Aliás, arrumar é algo que eu faço para me distrair, para passar o tempo ou quando preciso de estruturar os meus pensamentos.

 

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Embora seja algo muito natural para mim - e felizmente casei com um homem que também é super arrumado! -, a verdade é que há algumas ferramentas que uso que talvez sejam úteis para vocês. Eu só consigo ser produtiva se souber de antemão o que vou ter para fazer no dia, na semana ou no mês e funciono melhor com prazos - por isso, fui encontrando as estratégias necessárias para ter essa visibilidade.

 

O que vos deixo hoje são algumas das coisas que têm funcionado e estão sempre comigo, seja na mochila ou na secretária:

 

AGENDA & TO-DO LISTS

Habituei-me a usar agenda há mais ou menos cinco anos, quando precisei de gerir melhor o meu trabalho a full-time com o blog e outras coisas (Workshops de Escrita Criativa, o Uma Dúzia de Livros, etc). Gosto de ver a minha agenda como o espelho de todos os aspectos da minha vida - desde deadlines importantes de trabalho, a jantares com amigos, às escalas que faço no MEG (associação onde sou voluntária), passando ainda pelos posts que vão sair no blog. Eu aponto tudo porque simplesmente não confio na minha cabeça para se lembrar de todas as coisas que tenho para fazer.

 

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Se a agenda é onde aponto a visão geral da minha vida, as to-do lists são a ferramenta que uso para organizar as tarefas do dia-a-dia, onde aponto tudo o que tenho para fazer: como não me esquecer de enviar um e-mail ou ligar a alguém, responder aos comentários do blog, etc. Até há pouco tempo usava o meu caderno para apontar essa lista, mas percebi que facilmente perdia o foco no meio dos apontamentos de reuniões. Então comecei a comprar bloquinhos com estas listas e uso uma folha para cada dia.

 

Como sei que vão perguntar, as agendas que uso são quase sempre da Busy B (podem comprar online ou na Fnac) e os bloquinhos de listas são da Ohh Deer - quer através da subscrição mensal do Papergang, quer avulso na loja online. 

 

 

MICROSOFT TO-DO

Eu sou fã de listas, como vão perceber. Para além do que já mencionei, gosto muito de usar a aplicação Microsoft To-Do. Eu conheci-a enquanto ainda era Wunderlist e podem fazer download para o telemóvel e para o computador, sendo fácil actualizar qualquer lista independentemente do dispositivo em que estão. Uso a Microsoft To-Do para listas que não têm directamente a ver com as minhas tarefas do dia-a-dia, mas que me ajudam a libertar a cabeça de coisas pequenas - lista das compras, lista de filmes e séries para ver, lista de livros para ler, lista de coisas que tenho que levar na mala quando vou de viagem, entre outros. Habituei-me a ter estas listas em digital porque posso actualizar em qualquer lugar, normalmente assim que me lembro de algo para adicionar. Para além disso, é possível partilhar as listas com outras pessoas, o que ajuda na gestão de algumas coisas aqui por casa!

 

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NOTAS NO COMPUTADOR

Para terminar, aqui me confesso utilizadora fiel das notas do computador - Macbook, no meu caso. Consigo facilmente organizar entre notas de trabalho e notas pessoais, dentro dos mais diversos temas. É aqui que escrevo os rascunhos dos posts do blog e onde aponto ideias/sugestões de temas, por exemplo. Gosto mais de tirar notas de reuniões ou outras coisas à mão, mas se sei que quero poder consultar alguma coisa mais facilmente, então normalmente registo nas notas do computador.

 

O que aqui está é fruto de vários testes com ferramentas (físicas e digitais) e depende muito dos projectos que tenho em curso no momento, mas sinto que tudo o que utilizo me ajuda a organizar tudo o que tenho para fazer sem me esquecer de nada! Quais são os vossos truques e que ferramentas usam para se organizar? Já sabem que uma doida da organização como eu quer sempre conhecer novas formas!

Sex | 09.10.20

A minha experiência com o Kobo

Sim, é verdade. Chegou finalmente o tão pedido e aguardado post sobre o meu Kobo (palmas! 👏).  Foi pensado: quis esperar para ler alguns livros lá, antes de vir aqui tecer considerações precipitadas. Quando coloquei as primeiras Instagram Stories com o Kobo recebi logo imensas perguntas e, por isso, mais tarde decidi fazer uma caixinha de perguntas dedicada a este tema - desta forma garanto que este post é realmente útil e responde a grande parte das questões que me deixaram.

 

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Sem mais demoras, porque sei que têm mesmo muita curiosidade em saber, vamos lá tentar ser o mais completos possível:

 

PORQUE É QUE DECIDI COMPRAR UM E-READER (E ESCOLHI O KOBO)?

Se há uns anos me dissessem que eu andaria fascinada com um e-reader, eu provavelmente diria que estavam loucos. Eu sempre fui muito tradicionalista relativamente à leitura e dizia que nunca iria procurar alternativas ao papel, mas a verdade é que com o passar do tempo comecei as ver vantagens de ler em digital. Acima de tudo, é óptimo para andar de um lado para o outro porque é super leve. Leio muitas vezes calhamaços de 600 páginas para cima e não é muito prático andar de livro sempre atrás. Para além disso, é uma excelente alternativa para levar de viagem porque é garantido que nunca vou esgotar os livros que levo para ler (um dos meus maiores problemas).

 

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Tomada a decisão de comprar um e-reader (ou pedir um como presente de aniversário, vá), a escolha quase que se resume a duas marcas: Kindle e Kobo. O Kindle é da Amazon e é, provavelmente, a marca mais conhecida e popular; o Kobo é da Rakuten e é um bocadinho o underdog dos e-readers, mas tem algumas vantagens. Ambos têm uma loja online própria, onde se torna fácil comprar livros.

 

Entre os dois, o Kobo é o que lê mais tipos de formatos nativos (EPUB, EPUB3, MOBI). O Kindle suporta apenas MOBI, então têm sempre que converter os ficheiros EPUB - isto parece tudo muito confuso, mas é bastante fácil. Outra coisa que me fez escolher o Kobo foi ter mais variedade de livros escritos em português - têm uma parceria com a Fnac, então também dá para fazer download dos livros através do site deles.

 

Por fim, resta ainda explicar porque é que escolhi o modelo Clara HD, o que mais directamente compete com o Kindle Paperwhite. Basicamente, depois de ler bastantes reviews que comparavam os modelos Kobo entre si e com os modelos Kindle, percebi que este era aquele que me trazia mais funcionalidades e conforto de leitura a um preço mais baixo (129€). Contudo, se estão interessados em investir num e-reader, aconselho a que façam o mesmo processo de leitura e pesquisa, uma vez que as minhas necessidades e critérios de escolha podem não ser os vossos!

 

 

LIVROS VS. KOBO

A primeira coisa que precisam de saber é que ter um Kobo não significa deixar de ler em papel. Algumas das vossas perguntas foram nesse sentido: não dá desgosto de não ter livros em papel? Não sentes falta de virar as páginas de um livro? Não tens saudades do papel? Como é abdicar de livros na estante para comprar e-books? É melhor do que livros?

 

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Gente, vocês já viram fotos da minha casa, certo? O que não falta aqui são livros! Isto para vos dizer que não há nada melhor do que livros, obviamente, mas a verdade é que eu não quero (nem preciso!) ter todos os livros do mundo em minha casa. Eu vou sempre continuar a ler e comprar livros físicos, mas tendo um Kobo consigo fazer uma gestão muito mais eficaz do espaço que tenho na estante e do orçamento que tenho para gastar em livros. O Kobo tem capacidade para 8GB de livros e, sendo os ficheiros bastante pequeninos, conseguem ter até 6000 livros na biblioteca (difícil de esgotar o espaço, não é?).

 

Como decidir que livros comprar em papel e que livros comprar no Kobo? Foi outra das perguntas que me deixaram e que faz todo o sentido. Não acho que haja propriamente regras, mas vejo-me a comprar no Kobo aqueles livros que tinha em wishlist para ler, mas não tinha a certeza de que ia gostar - sejam eles de autores que já conheço ou de autores que nunca li. Aqui, o preço dos livros também conta muito e isso leva-nos ao próximo ponto desta publicação!

 

 

ONDE COMPRAR LIVROS & PREÇOS

Comprar livros para o Kobo é bastante simples, basta criar uma conta na Kobo Store. Para já só tenho comprado desta forma porque encontro lá tudo o que quero ler - tem a funcionalidade de ir pondo os livros em wishlist, para depois ser mais fácil escolher o que ler a seguir. Como já fui adiantando, encontra-se facilmente qualquer coisa que queiramos ler, tanto em inglês, como em português, como noutras línguas em que queiram ler.

 

De forma geral, os livros são mais baratos se comprados no Kobo - mesmo comparativamente a um BookDepository, por exemplo. Claro que pode haver excepções, mas aí o que sugiro é uma pequena pesquisa para perceber onde o podem encontrar mais barato. Também há formas de conseguirem os livros de borla, mas vou tentar resistir ao máximo a essa via - quero continuar a apoiar os autores, como quero que façam comigo um dia.

 

Pelo menos no caso do Kobo, é perfeitamente possível oferecerem cartões com saldo para as pessoas usarem na Kobo Store. Estão à venda em supermercados e lojas de tecnologia e se eu estou a contar-vos isto com alguma intenção? Que ideia…

 

 

UTILIZAÇÃO DO KOBO

Para terminar, chegamos ao ponto em que eu achei que iria ter mais resistência - a experiência de leitura em digital. Há uns anos tentei começar a ler num tablet, mas achei o ecrã ainda demasiado parecido com o de um computador. No Kobo é o oposto! Quando está sem qualquer luz parece um livro e, mesmo quando preciso de aumentar a luminosidade do ecrã, não cansa os olhos e não faz qualquer reflexo. É também excelente para ler deitada no sofá ou na cama, sobretudo com as persianas para baixo enquanto o Guilherme ainda está a dormir. Eu tenho a capa original Kobo, que para além de proteger ainda permite que o ponha apoiado numa superfície para não ter que estar a agarrar (óptimo para ler enquanto como, por exemplo).

 

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A autonomia do bicho é incrível, acreditem. Faz hoje 3 semanas que o recebi e carreguei e… ainda vou com 50% de bateria. Já li quase três livros lá e leio todos os dias, por isso podem confiar. Por norma só faço highlights de citações que depois quero trazer para as reviews aqui do blog, mas se gostam de sublinhar e fazer anotações, saibam que isso também é possível e muito simples.

 

 

De forma geral e muito resumida: estou a gostar muito da experiência de ler no Kobo, bem mais do que achava. A relação qualidade-preço do e-reader em si é óptima, a experiência é muito semelhante a ler um livro e sinto que acabo por ler mais facilmente em tempos mortos - por ser leve, ando sempre com o Kobo na mochila ou na tote bag, tornando-se mais fácil pegar nele a qualquer momento e ler um bocadinho.

 

Obviamente que um e-reader nunca vai substituir o prazer de ler um livro, mas eu acho que há aqui espaço para um equilíbrio entre os dois - e eu estou a adorar encontrar o meu! Agora passo a bola para vocês: há mais alguma questão sobre o Kobo que gostassem de ver respondida? Se sim, deixem-na ali nos comentários 👇

Qui | 08.10.20

A Traveler at the Gates of Wisdom, John Boyne

Mal vi que o John Boyne ia lançar um novo livro - e depois de ter amado The Heart’s Invisible Furies - marquei logo na wishlist do Kobo para ler. Confesso que fui um bocadinho ao engano e ainda muito enebriada pela história maravilhosa que tinha lido dele. Não me interpretem mal: este A Traveler at the Gates of Widsom não é um mau livro, só não tem nada a ver com o que eu estava à espera.

 

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A premissa do livro é muito original e interessante: a história de um protagonista sem nome é contada do início ao fim, mas a cada capítulo estamos num ano e num local diferente. Ou seja, a história vai avançando ao longo dos séculos, mas é sempre a mesma narrativa central - só mudam alguns pormenores. Sei que parece confuso e nos primeiros dois ou três capítulos é um nó no cérebro, mas depois é fácil de seguir a lógica.

 

Em resumo, é a história de um homem que passa a vida à procura de outro para se vingar de algo que ele lhe fez. Ao acompanharmos 2000 anos de humanidade, percebemos que algumas histórias são mesmo universais - esta, em concreto, faria sentido em qualquer uma das épocas que são retratadas no livro. Gostei muito que os nomes das personagens e as suas profissões fossem mudando consoante a época e o local de cada capítulo, mantendo ainda assim o centro da história. Sei que isto parece tudo muito confuso, mas prometo que não é assim tanto!

 

What fascinated me the most, however, were the stars. It thrilled me to lie outside when the sun had set, staring up at the constellations in the night sky, drawing imaginary lines between each shining instant and wondering who, if anyone, might live within those bright patterns. In my dreams, I floated among them, a traveller in the darkness, looking down at the world from an orbit that I was still too young to comprehend.

 

John Boyne é um escritor super competente, que consegue transformar um romance épico em algo que se lê muito facilmente (já o tinha sentido em The Heart’s Invisible Furies). Contudo, neste livro em particular, senti que a fórmula se repete muito, tornando a leitura um pouco cansativa. Acho que são muitos capítulos e muitos anos diferentes, quando seria possível passar a mesma mensagem com menos - senti que alguns deles não acrescentavam grande coisa.

 

Para quem segue o trabalho do autor mais atentamente, saibam que há alguns crossovers de personagens de outros livros neste. Eu só detectei a Maude Avery de The Heart’s Invisible Furies, mas vi depois no Goodreads que há uma série de outros! São fãs de John Boyne? Se sim, tenho a certeza de que vão gostar desta leitura. Se não acompanham tanto o autor, eu sugiro que lhe dêem uma oportunidade.

Qua | 07.10.20

Anxious People, Fredrik Backman

Quem acompanha as book reviews que vou publicando aqui pelo blog sabe o quão fascinada fiquei pela minha primeira experiência com Fredrik Backman - A Man Called Ove. Depois disso ainda vi o filme (sueco) e gostei muito da adaptação. Tinha ficado com outros livros dele debaixo de olho e, quando vi que tinha lançado mais um, Anxious People, decidi guardá-lo em wishlist para ser a minha primeira leitura no Kobo.

 

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Neste livro, Fredrik Backman conta a história de um assalto falhado a um banco no dia anterior à passagem de ano. Mas a história é sobre bem mais do que isso - é uma história sobre oito estranhos que se vêem reféns desse mesmo assalto e “forçados” a partilhar o mesmo espaço durante várias horas. É sobre o que causa ansiedade a cada uma das personagens, não apenas os reféns, mas o assaltante e até os dois polícias que investigam o caso.

 

We’re just strangers passing each other, your anxieties briefly brushing against mine as the fibres of our coats touch momentarily on a crowded pavement somewhere. We never really know what we do to each other, with each other, for each other.

 

Ao longo dos capítulos do livro vamos acompanhado quer os momentos que se vivem dentro do apartamento onde estão os reféns, quer os interrogatórios que os dois polícias vão fazendo às várias testemunhas, quer vários acontecimentos do passado que têm importância para o que se vive no presente da narrativa. Gostava de vos dar mais detalhes sobre a história, mas sinto que a magia deste livro está em irmos descobrindo as pequenas coisas que unem as diferentes personagens - dessa maneira, ao dar-vos mais informações, poderia estragar pequeninos momentos de surpresa que surgem ao longo da leitura.

 

They say that a person’s personality is the sum of their experiences. But that isn’t true, at least not entirely, because if our past was all that defined us, we’d never be able to put up with ourselves. We need to be allowed to convince ourselves that we’re more than the mistakes we made yesterday. That we are all of our next choices, too, all of our tomorrows.

 

Anxious People não me marcou tanto quanto A Man Called Ove, mas as duas histórias partilham temáticas - ambos falam sobre o que é perder a nossa companhia de anos, a necessidade de empatia e a tendência para o suicídio. Tendo lido apenas dois livros de Fredrik Backman, começo a questionar-me se estes assuntos são comuns em mais obras dele. Irei certamente ler mais alguns, para perceber.

 

Sei que o livro foi editado para e-book em Agosto deste ano e, segundo percebi, ainda não há uma versão portuguesa. De qualquer das formas, conseguem encontrar a versão física e em inglês nos locais habituais! Quem desse lado já leu este livro? E quem ficou com vontade de ler? Contem-me tudo ali 👇