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Rita da Nova

Sex | 20.03.20

Isolamento com livros

Agora que estamos oficialmente em Estado de Emergência, nada como passarmos mais tempo com os nossos livros. A verdade é que passamos a vida a dizer que não temos tempo para isto e para aquilo - e eu acredito que podemos mesmo aproveitar ao máximo esta paragem forçada para fazer coisas que nos deixem mais animados e felizes. Para mim, e acredito que para muitos de vocês, os livros são uma dessas coisas.

 

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Não vos venho dizer para passarem mais tempo a ler - acho que se estão aqui é porque já planearam ou estão a fazê-lo. Venho, sim, sugerir outras formas de estarem mais perto dos livros:

 

  • Organizem os vossos livros. Há quanto tempo andam a dizer que um dia destes vão arrumar as vossas prateleiras por cores, autores ou data de leitura? Esse dia chegou! Eu ainda estou a perceber qual o método de organização que prefiro.
  • Façam uma lista de quais os livros que já leram quais os que estão por ler. Vão ver que, no meio da vossa biblioteca, há uma série de livros que ainda não leram e que, provavelmente, já nem se lembravam que tinham!
  • Encontrem os livros que vos emprestaram. É provável que encontrem livros que vos tenham sido emprestados, por isso separem-nos para os devolver a quem de direito quando tudo isto terminar. Em alternativa, podem também tentar fazer uma lista dos livros que emprestaram e peçam-nos de volta!
  • Por último: criem listas! Listas dos livros que querem ler enquanto estivermos de quarentena, listas de livros que recomendam a outras pessoas (partilhem nas redes!), listas dos vossos favoritos de sempre, etc.

 

Se, ainda assim, gostavam de ter mais sugestões do que ler durante as próximas semanas, aconselho que sigam a hashtag #oslivrosdarita no Instagram ou que procurem a etiqueta Os livros da Rita aqui pelo blog. Vão encontrar várias ideias, de diferentes géneros!

 

Agora vamos a saber: como estão a pensar passar mais tempo com os livros durante este período?

Qua | 18.03.20

Os livros da Rita // Big Little Lies, Liane Moriarty

Este Natal, a minha Joana ofereceu-me o Big Little Lies, da Liane Moriarty, com um aviso claro: “se não gostares da Liane, vamos ter que repensar a nossa amizade”. Pois bem, depois de ter lido o livro de uma assentada, posso dizer-vos o que já disse à Joana - amo uma Liane.

 

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Eu já tinha visto a série da HBO antes, algo que é especialmente injusto em histórias como esta. Já sabia tudo o que ia acontecer quando peguei no livro (até porque a série é muito fiel) e só gostava de nunca ter conhecido a história antes, uma vez que está cheia de pequenos pormenores e twists que conseguem realmente surpreender-nos. Em ambos os casos somos levados ao início da época escolar e a conhecer mães muito diferentes.

 

Did anyone really know their child? Your child was a little stranger, constantly changing, disappearing and reintroducing himself to you. New personality traits could appear overnight.

 

Madeleine é a mãe-galinha optimista, que arranja sempre forma de tornar tudo fácil para toda a gente. Celeste tem tanto de bonita e inteligente como de frágil. Jane é uma mãe solteira cuja história é mais complicada do que parece. E Renata é uma mulher que ambiciona tanto para o papel de mãe como para a sua carreira. Estas são as quatro personagens centrais, que dão por si numa situação trágica - durante a Trivia Night, um evento na escola, alguém morre.

 

Quem morreu, como morreu, porque é que morreu e como é que estas quatro mulheres se relacionam com o acidente e, mais importante ainda, umas com as outras? É o que terão que descobrir no livro e/ou na série - recomendo mesmo muito a adaptação! E embora todo o contexto da narrativa esteja muito longe da minha realidade - afinal estamos a falar de dramas de mães com filhos na escola levados ao extremo -, Big Little Lies conseguiu prender-me do início ao fim, como há muito tempo não me acontecia com um livro.

 

Acho que não vos preciso de convencer mais, certo? Leiam, mesmo que já tenham visto a série, porque assim podem também desfrutar melhor da escrita e da forma como Liane Moriarty estruturou a narrativa. Ficaram com vontade de mergulhar neste livro, sim ou sim?

 

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Big Little Lies por Liane Moriarty

Avaliação: 9/10

Ter | 17.03.20

As minhas plantas

Agora que estamos todos mais por casa - e como já tinha prometido - chegou a altura de vos falar das minhas plantas. É provável que vocês também estejam em isolamento voluntário e tenham uma ou outra planta em casa, por isso nada como partilhar as minhas e como tenho aprendido a tratar delas e a compreendê-las melhor.

 

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Com a mudança para uma casa maior, soube logo que queria começar a investir nas plantas - não só porque são um óptimo elemento de decoração, mas sobretudo porque conseguem logo dar outra vida ao espaço e são excelentes para ajudar a purificar o ar (umas mais do que outras, já lá vamos). Ao início, confesso, deixei morrer uma. E depois virei-me para os cactos porque é impossível matá-los. Foram sobrevivendo e isso deu-me ainda mais vontade de ter outras plantas e de aprender a cuidar delas.

 

QUE PLANTAS TENHO?

A primeira planta que matei foi uma Calathea. Comprei-a por ser inofensiva para animais, mas rapidamente percebi que exige cuidados demasiado específicos. Não me conformei e depois de ver o vídeo d’A Tripeirinha sobre esta espécie, ganhei vontade de arranjar mais e de aprender a cuidar delas. Dividi-as entre a sala e o meu escritório, sendo que na sala tenho essencialmente cactos e, num sítio inacessível para os gatos, duas Marantas super diferentes umas das outras e uma Pellaea Rotundifolia.

 

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Já no escritório, de momento tenho as minhas favoritas, as Calatheas. Gosto muito delas porque existem subespécies super diferentes e, confesso, gosto de coisas desafiantes! Tenho também uma Hera (Hedera Helix), uma Dracaena Marginata muito pequenina, uma Asplenium Nidus e uma Espada de São Jorge (Sansevieria Trifasciata). Para além disso, vou tendo a casa preenchida com pequeninos cactos e suculentas.

 

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GATOS E PLANTAS

É uma das perguntas que mais me fazem e divido o tema em duas questões: que plantas comprar para não fazer mal aos bichos (já que há tantas que são tóxicas) e como afastar os gatos das plantas. No primeiro caso, eu gosto sempre de me informar com uma pesquisa rápida no Google antes de comprar uma nova espécie de planta cá para casa. Normalmente gosto de ver no site da ASPCA, que para além de dizer se são ou não tóxicas para animais, também indica o tipo de sintomas que eles podem ter caso as mordam ou comam.

 

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Quanto a afastar gatos das plantas e da terra, já tentei de tudo: pimenta e/ou limão nas folhas e na terra, pulverizar com um spray que afaste os gatos, mas nada parece resultar durante muito tempo. Se eu estiver em casa eles não se aproximam, mas basta eu estar umas horas fora para as mordiscarem. Então eu optei por ter maioritariamente cactos na sala e outras plantas em prateleiras a que eles não chegam, passando as plantas mais sensíveis para o meu escritório-closet-sala de leitura (e agora ginásio com o isolamento) e mantê-lo sempre fechado.

 

ONDE APRENDER

Ainda sou muito noob nisto das plantas e ando constantemente a ler, a ver vídeos no YouTube ou a seguir pessoas especialistas no Instagram. Agora com estes dias de recolhimento quero ver se ainda leio mais um pouco, mas pelo menos o básico vou sabendo e… AS MINHAS PLANTAS ESTÃO SAUDÁVEIS! Tudo o que sei aprendi com três pessoas no Instagram: @atripeirinha, de que já vos falei e é a minha grande referência (rio muito com ela), a @tinynest183, que tem um jardim interior lindo, e o @diogoadduarte - é bom ver um homem viciado em plantas!

 

E pronto, acho que foi um bom primeiro post sobre este tema! Gostaram que vos falasse das minhas plantas por aqui? O que gostariam de saber mais?

Ter | 10.03.20

Os livros da Rita // Kudos, Rachel Cusk

Cheguei finalmente ao fim desta pequena viagem que foi ler a trilogia da Rachel Cusk. Kudos é o terceiro e último volume e, provavelmente, aquele de que mais gostei. Depois de acompanharmos a protagonista na viagem até à Grécia para dar um curso de escrita (Outline) e de a vermos passar por mudanças familiares impactantes (Transit), neste livro vamos com ela numa viagem por conferências e festivais literários pela Europa.

 

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Talvez tenha sido o tema que me interessou tanto neste último volume, uma vez que nunca acompanhei uma conferência ou um festival literário do ponto de vista de um escritor. E talvez por ser o último, atingiu um clímax que os outros dois não conseguiram - acredito que tenha sido propositado. Fiquei mesmo muito embrenhada em toda a história que dá vida a Kudos, embora o estilo de Rachel Cusk se mantenha sempre lá: vamos descobrindo mais sobre a protagonista e sobre o que se passa através de conversas que ela tem com outras pessoas ou que ouve outras pessoas terem umas com as outras.

 

You can't tell your story to everybody, I said. Maybe you can only tell it to one person.

 

O festival literário a que vai acontece, nada mais nada menos, do que em Portugal! Mas atenção, isto nunca nos é dito directamente. Sabemos que Faye - é assim que se chama a protagonista, algo que só nos é dito mesmo no final do livro - está na Europa, mas a certa altura as descrições começaram a soar-me demasiado familiares: uma cidade com um terreno muito inclinado, cheia de altos e baixos, que se enche de Jacarandás num período muito curto do ano, onde as pessoas param para ver futebol… estão a ver, não é?

 

Acho que o facto de se passar em Lisboa (acredito que seja cá) trouxe um lado muito mais familiar e próximo à minha leitura deste livro. Sei que Rachel Cusk tem outras obras, algumas delas são ensaios sobre a maternidade, o casamento e o divórcio, e sei que no futuro vou querer ler mais coisas dela. Para já, sinto que preciso de dar um tempo ao estilo dela - também vos acontece?

 

Agora vá, contem: quem já tem pelo menos um exemplar desta autora para ler?

 

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Kudos por Rachel Cusk

Avaliação: 8/10