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Rita da Nova

Sex | 08.11.19

Marrocos // O que saber

Agora que passou quase uma semana desde o regresso de Marrocos, chegou finalmente a altura de vos falar um pouco da viagem. Como já tinha tido oportunidade de partilhar convosco, não era um destino que eu quisesse muito conhecer, mas foi a melhor possibilidade dentro das condições que tínhamos estabelecido - só tínhamos uma semana de férias, não queríamos gastar muito dinheiro e procurávamos essencialmente ter um choque cultural.

 

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E, nesse sentido, Marrocos foi o local perfeito para estas férias. Confesso que ia com algum receio de algumas coisas, nomeadamente da segurança, mas afinal não foi tão dramático como eu achava. Como recebi algumas mensagens com algumas perguntas mais gerais sobre viajar em Marrocos, decidi juntar aqui uma série de conselhos para quem está a planear fazer um percurso semelhante ao nosso.

 

Segurança

Começo pelo ponto que me preocupou mais, até porque quando nos estávamos a preparar a viagem lemos uma série de blogs e artigos a alertar para a quantidade de esquemas que os marroquinos têm para nos ficar com o dinheiro. Preparem-se para estar a andar na rua e serem constantemente abordados para vos dizerem que a rua onde estão está cortada, que o caminho não é por ali, etc. É uma forma que eles têm de vos levar por outros caminhos dentro das Medinas e vocês ficarem tão perdidos que têm de lhes pagar para encontrar o sítio que querem.

 

Não é a coisa mais agradável, como podem calcular, mas se os ignorarem e forem firmes eles eventualmente acabam por desistir. Tirando isso, não achei que fosse propriamente inseguro - claro que eu não arrisquei em andar de telefone na mão e estive sempre atenta à minha mochila, até porque a maioria dos roubos dão-se sem que notemos. Mesmo andar à noite no meio das Medinas é algo que se faz relativamente bem, mas que não aconselho se forem raparigas sozinhas.

 

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Transportes

Nós optámos por não levar carro de Portugal nem alugar carro lá, uma vez que nos avisaram do caos que é conduzir. E, de facto, depois pudemos confirmar que eles são um perigo com um carro nas mãos - não há regras nem cuidados! Voámos de Lisboa para Tânger e de Marraquexe para Lisboa; no meio disso escolhemos andar de autocarro entre os grandes destinos. Recomendo muito: são confortáveis, baratos e relativamente rápidos. Tenham só cuidado porque é preciso pagar para a mala ir lá em baixo, mas custa uns 0,50€ por mala, então não é problemático.

 

Dentro das cidades andámos essencialmente a pé e, mais raramente, de táxi. É comum que tentem enganar-vos também no preço do táxi, por isso perguntem sempre nos hotéis e riads qual o preço máximo que devem pagar consoante o percurso porque isso vai ajudar-vos a negociar.

 

 

Regatear, regatear, regatear

Isto leva-me a um dos pontos mais importantes em Marrocos: mesmo as coisas que têm um preço afixado são, por norma, possíveis de regatear. Para mim foi uma parte muito cansativa da viagem porque simplesmente não tenho perfil, mas o Guilherme adorou! Regra geral, as coisas são bastante baratas em Marrocos, por isso desconfiem se vos pedirem muito dinheiro - é sinal que têm de regatear! Vão com paciência, que tudo se resolve.

 

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As pessoas

Por isto tudo pode parecer que eu odiei os marroquinos, só que não é bem assim. Sim, são chatos e é preciso muita paciência para lidar com eles, mas nunca são agressivos e muito raramente são mal-educados. Para além disso, são super engenhosos! Conheci pessoas sem a escolaridade mínima obrigatória que aprenderam sozinhos a falar mais de 4 línguas diferentes e eles arranjam sempre forma de fazer negócio (é preciso audácia para isso!).

 

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Bem sei que isto não é tudo o que precisam de saber antes de ir a Marrocos, mas foram as coisas que mais me ajudaram por lá e espero que vos sejam úteis! Antes de vos falar em concreto dos destinos que conheci, têm alguma dúvida mais concreta? Podem deixá-la na caixa de comentários!

Qui | 07.11.19

Restaurantes // O Beco

Jantar fora na semana da Websummit é sempre um desafio porque até nos restaurantes mais escondidos há imensa gente. Eu sei o que estou a dizer, que eu fui jantar ao Beco - em Alfama - e estava um grupo grande lá. O nome faz jus ao local: o restaurante fica, de facto, num beco e é muito pequenino e acolhedor. Mesmo com a casa cheia, foi possível ter um jantar descansado.

 

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Sente-se uma atmosfera muito familiar neste restaurante - algumas pessoas que cozinham também nos trazem os pratos à mesa, quase como se estivéssemos a jantar na casa da avó. Não sendo o espaço muito grande, e se quiserem aproveitar a comida típica portuguesa do Beco, convém mesmo marcar mesa. É possível fazê-lo pelas plataformas habituais, Zomato incluído.

 

Aqui serve-se comida portuguesa no seu melhor, sem reinvenções ou fusões. Podem esperar petiscos, pratos mais compostos e sobremesas típicas. O menu não é extenso, mas tem quase todas as iguarias que podemos esperar de um cantinho com comida portuguesa. Nós começámos com um trio de petiscos para entrada: Pataniscas de Bacalhau, Peixinhos da Horta e Ovos Mexidos com Farinheira. O Peixinhos da Horta foram os únicos que não amei, achei um bocadinho apagados em comparação com as restantes entradas.

 

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Quando chegámos ao Beco pairava um cheiro delicioso a bacalhau assado e, por isso, deu-nos logo uma vontade grande de comer esse peixe. Pedimos um prato de Bacalhau à Brás para dividir pelos dois, mais uma saladinha mista para dar um toque fresco. Estava muito bom e notava-se perfeitamente que as batatas eram caseiras!

 

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Já estávamos ambos super satisfeitos porque as doses, mesmo as dos petiscos, são bastantes generosas. Mas aliciaram-nos a experimentar sobremesas e não conseguimos dizer que não. Para além da Mousse de Chocolate caseira (super consistente, mesmo como eu gosto), experimentei uma Baba de Camelo com uma consistência muito diferente do habitual - mais perto da mousse do que líquido. Gostei mesmo muito, até porque normalmente acho a Baba de Camelo enjoativa e esta não era nada.

 

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Resumo: se andam à procura de um sítio confortável que sirva boa comida portuguesa, têm mesmo que ir a Alfama para conhecer o Beco.

 

Restaurante O Beco Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato

Qua | 06.11.19

Os livros da Rita // How to live like your cat, Stéphane Garnier

Durante a nossa passagem pela Daunt Books, no último fim-de-semana em que estivemos em Londres, o Guilherme encontrou um pequeno livro com o título How to live like your cat. É claro que quis imediatamente trazê-lo comigo e acabei por lê-lo no voo de regresso, nesse mesmo dia.

 

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É um livro muito engraçado para quem é fã de gatos e contacta com eles diariamente, uma vez que compara muitos dos seus hábitos aos dos seres humanos. No fundo, tenta mostrar-nos que temos muito a aprender com a forma como os gatos vivem - eles são calmos, observadores e adaptam-se rapidamente. É claramente um presente fixe para darem a um ou uma cat lover da vossa vida!

 

Ainda assim, achei algumas das partes do livro um pouco repetitivas; por vezes a autora acaba por dizer sempre as mesmas coisas. O livro é resultado de ter observado o seu próprio gato durante 15 anos, pelo que também pode ser por isso: os gatos são seres de hábitos e se nos basearmos apenas num, acabamos por cair sempre nos mesmos conselhos e paralelismos.

 

Como é super rápido de ler, por isso recomendo a quem já tenha conhecimento de gatos porque, claramente, vão relacionar-se. Já conheciam este livro? O que acham que podemos aprender com os gatos?

 

_________

How to live like your cat por Stéphane Garnier 

Avaliação: 6/10

Seg | 04.11.19

Verbo para o mês // Novembro

Oh senhores, já estamos no penúltimo mês do ano? A sério que isto está mesmo a acontecer? Quando me lembro da viagem à Patagónia e percebo que foi no início deste ano, até me dá uma coisinha má. Fico sempre pasmada quando aqui venho escrever-vos sobre os meus planos para o mês (nota-se muito?). Mas bom, Outubro terminou da melhor maneira possível - com uma viagem por Marrocos que era mesmo o que eu precisava para parar um pouco.

 

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Por muito que me custe admitir, às vezes é mesmo preciso parar para deixar algumas coisas para trás, pôr alguns projectos e ideias on hold para ficarem fortalecidos quando forem retomados. E é por isso que o verbo para Novembro é:

 

es·ta·bi·li·zar

(latim stabilis, -e, estável + -izar)

verbo transitivo

1. Tornar estável. ≠ DESESTABILIZAR

 

Estar mais em casa, ouvir mais música, guardar mais tempo para ler, cuidar mais da minha alimentação, ser mais focada no ginásio - aquelas coisas pequenas, mas importantes para equilibrar a energia. Emocionalmente, estes últimos meses têm sido duros comigo e, por isso mesmo, tenho ficado várias vezes doente e com surtos de psoríase de me deixar completamente desanimada.

 

Decidi que é um mês para cuidar de mim, ponto. E vocês, como planeiam passar Novembro? Quero saber tudo!

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