O Tropismo abriu portas muito recentemente no típico bairro de Campo de Ourique, mas ao contrário da maioria dos restaurantes não foi para o meio do caos. É no nº107 da Rua Correia Teles que podem conhecer este restaurante francês que trabalha só com produtos portugueses, biológicos e de circuito curto - ou seja, produtos locais.
A origem dos produtos e o twist que dão às receitas francesas são os dois grandes factores de diferenciação deste espaço. Os donos, emigrantes, querem dar um sentido ao que fazem (“caso contrário mais valia trabalhar para outros, sempre dava mais dinheiro”). Para além disso, o espaço é lindíssimo e muito diferente do habitual - decorado com cores fortes, com toques étnicos e, acima de tudo, com um jardim nas traseiras onde nos sentimos mega confortáveis.
Começámos o almoço com uns Charutos crocantes de pato caseiro, que vêm acompanhados por chalotas e molho de ameixa. Adorei e fiquei com vontade que houvesse um prato principal igual! Um Chá Frio de Hibisco para acompanhar, não apenas a entrada, mas sobretudo o calor deste início de Outubro.
Para prato principal acabei por pedir uma Salada de Falafel, que vem acompanhada de um creme de hortelã muito fresco. Notava-se que o falafel tinha sido feito na hora e todos os sabores combinavam muito bem. Já o Guilherme optou pelas Bochechas de porco com ameixa e batatas - não provei o porco porque estou a tentar deixar a carne (depois conto-vos melhor), mas as batatas estavam excelentes.
Terminámos esta descoberta feliz com uma Tarte Tatin de Maçã, toda caseirinha e a saber pouco a açúcar e muito a fruta (como se quer!).
O Tropismo não se faz só de almoços e jantares bem servidos - querem afirmar-se não apenas como um restaurante, mas também como um espaço cultural onde já há uma exposição permanente e DJ Set na happy hour às sextas-feiras, mas haverá também exposições temporárias, concertos e actividades dedicadas às crianças (ao domingo). Ficaram com curiosidade de conhecer o Tropismo?
O Bistro 100 Maneiras era um daqueles restaurantes de Lisboa que estava na minha lista “a visitar” há anos. Mas como não é um restaurante para todos os dias, foi só no jantar no meu 28º aniversário que consegui, finalmente, lá ir. O Guilherme queria oferecer-me de presente uma experiência num restaurante um pouco mais caro, mas eu deixei que fosse ele a escolher a qual queria levar-me.
Fiquei apaixonada pela sala de baixo, cheia de livros por toda a parte: nas paredes, no tecto, em estantes. O espaço tem uma vibe um pouco surreal, até, algo que se confirma no andar de cima, onde é possível jantar numa sala cheia de espelhos. Foi aí que nos fomos entretendo com dois cocktails - eu pedi um chamado Summer kisses, Winter tears, com um sabor forte a hortelã e framboesa (duas coisas que adoro). A Focaccia do couvert foi enganado a fome enquanto decidíamos o que pedir, tanto de entradas como de pratos principais.
Eu só fazia questão de pedir uma entrada, “As” cascas de batata. E assim fiz. A dose é enorme, quase que dá para fazer uma refeição composta partilhando apenas os petiscos de entrada. Já o Guilherme não resistiu a pedir também as Pitas Finas com camarão, espinafres, cogumelos e pancetta. Como não sou grande fã de camarão e não tinha assim muita fome (damn you, focaccia deliciosa), acabei por não provar (mas sei que ele adorou!).
Papa that preach, é assim que se chama o prato que me despertou a atenção mal olhei para a carta. Trata-se de Papardelle com cogumelos e trufa de Verão - ou seja, a minha cara. Já nem quis ver mais nada e não me arrependi; é comida de conforto no seu melhor e tudo o que eu queria no meu aniversário. O Guilherme também pediu um prato que tem tudo a ver com ele, o Caril de camarão com arroz Thai.
Acreditam que não me apetecia sobremesa? Nem me reconheci, mas a refeição foi toda tão bem servida que estava bem assim. Só que não podemos deixar que sejam os homens a marcar jantares destes, senão eles vão fazer questão de dizer que é o nosso aniversário. Já estão a ver onde é que isto vai parar, certo? No final da refeição trouxeram-me um bolinho de chocolate com uma vela - que eu fiz questão de apagar imediata e discretamente.
Se foi uma boa forma de celebrar mais um ano de vida? Foi. Se fiquei com vontade de fazer do Bistro 100 Maneiras um sítio frequente para este tipo de jantares? Nem por isso. Achei bastante caro para o que oferece, apesar de ser bastante bom. Para a próxima quero experimentar o 100 Maneiras e perceber se é uma experiência mais completa. Quem desse lado conhece os dois? Quero que me digam de qual gostaram mais!
Os quatro dias que estive na Madeira serviram quase como um retiro entre o final de um trabalho e o início de outro. Não tinha noção do quanto precisava de uns dias assim, tranquilos, até chegar à ilha. O intuito era apenas estar lá para o casamento de dois amigos, mas tornou-se em muito mais do que isso.
Bem sei que me enviaram dezenas de ideias e recomendações de coisas para ver, fazer e comer, mas acabei por andar um bocadinho à deriva - e foi isso que tornou estes dias tão importantes. Para uma control freak como eu, viajar sem ter um plano minimamente definido é coisa para causar uma série de ataques cardíacos. Só que era mesmo disso que eu precisava (sem saber): de andar, só. Sem pressa, sem horários nem planos. Só andar por aí.
Para além da (muita) poncha, estive no Pico do Arieiro para ver o nascer do sol (recomendo imenso a experiência), fiz duas levadas (Risco e 25 Fontes) e no último dia ainda passei pelo miradouro do Cabo Girão - achava que não ia fazer-me confusão estar na plataforma de vidro em cima do nada, só com o mar bem lá em baixo, mas enganei-me. Paniquei um bocadinho ao início, confesso. Para além disso comi optimamente, como podem calcular.
Não tenho muito mais para vos dizer sobre esta ida à Madeira, a não ser que este desligar também se estendeu a redes sociais e fotografias. Acabei por fotografar pouco e por partilhar ainda menos. Ainda assim, fiquei com muita vontade de ir explorar melhor a ilha, de fazer mais levadas e de ir às piscinas de Porto Moniz, que já não deu tempo. Pode ser que dê para regressar brevemente!
Já aqui vos falei do meu aniversário deste ano - sabem que não foi semelhante ao que tem sido nos últimos anos, mas não significa que tenha sido pior. Em certas coisas, foi até bastante mais reconfortante: estive de férias e consegui passar o dia com a minha Avó. Começámos por ir almoçar ao Erva, um restaurante que andava para conhecer há imenso tempo.
O espaço faz mais do que jus ao nome: situado no rés-do-chão do hotel Corinthia, está cheio de plantas por todo o lado. São todas naturais, que eu confirmei - portanto imaginam a trabalheira que não dá mantê-las lindas. Para além da decoração, todos os ingredientes do restaurantes são frescos e locais, o que faz todo o sentido num sítio que se chama Erva. A começar pelo Couvert, que trazia dois tipos de pão incríveis: Pão de Trigo Barbela e Pão de Tomilho.
Não que tivéssemos pressa, mas parecia tudo tão delicioso que acabámos por pedir um Menu de 50 Minutos, criado especificamente para a hora de almoço. Inclui dois (18€) ou três (22€) pratos dos disponíveis a cada dia, mas não temos necessariamente que escolher entrada, prato principal e sobremesa. Na realidade, podemos até pedir três sobremesas se assim nos apetecer.
Como estávamos curiosas com quase tudo, acabámos por fazer esta divisão: eu pedi Salmão de entrada e Cordeiro com Legumes de prato principal; já a minha Avó, escolheu Sopa de Abóbora de entrada e Bacalhau à Brás como prato principal. Estava tudo óptimo, mas tenho que dar os parabéns tanto pelo salmão como pelo cordeiro, que estavam cozinhados de forma exemplar.
Já não me lembro bem que sobremesas tínhamos pedido, mas o restaurante sabia que era o meu aniversário e decidiu fazer-me uma surpresa. Para além do Tiramisù que estava no menu do dia, trouxeram-me também um bolo de aniversário com uma vela. Eu que sou super envergonhada com essas coisas nem sequer cantei os parabéns, mas soprei a vela e mordi-a enquanto pedia um desejo (ÓBVIO).
Ficou a vontade de conhecer melhor o Erva num modo mais nocturno, uma vez que a partir do fim da tarde apostam mais em cocktails e o espaço ganha uma vibe diferente. Já tinham ouvido falar deste espaço? Ficaram com vontade de conhecer? Quero saber tudo!
