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Rita da Nova

Seg | 26.08.19

Restaurantes // Pabe

O Gambrinus, o Tavares, o Solar dos Presuntos e o Ramiro são alguns dos nomes que nos vêem à cabeça quando pensamos nos restaurantes mais históricos de Lisboa. Imaginamos uma série de vidas passadas a acontecer ali, de épocas que são tão distantes das nossas que parecem ficção. Até à semana passada, eu não conhecia o Pabe nem sabia que este restaurante merece um lugar destacado nesta lista.

 

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Se os seus 40 anos de existência se marcaram essencialmente pela boa gastronomia e por ser um espaço dedicado às elites políticas e sociais, desde 2018 que o Pabe complementou o legado histórico com uma remodelação que teve o propósito de modernizar o espaço sem lhe tirar personalidade. Eu não conhecia como estava antes, mas bastou-me entrar para me sentir logo noutra época.

 

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Tudo isto que eu descrevo pode parecer impessoal, mas é só até conhecermos a equipa que está à frente do restaurante e nos acompanha durante a refeição. Falo, acima de tudo, do Senhor Almiro Vilar, Chefe de Sala. Está no restaurante há 20 anos e conhece demasiado bem os cantos à casa. Por isso mesmo, deixámos que nos recomendasse duas entradas para partilhar - foi assim que chegaram à mesa o Carpaccio do Lombo, acompanhado por um pesto caseiro muito bom, e as Vieiras Braseadas com espargos verdes, cogumelos e bacon crocante. Não consigo dizer, de caras, qual a melhor. Tudo vai depender se preferem algo mais fresco ou algo mais consistente para dar início a um jantar. Na dúvida é ir pelos dois.

 

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Já íamos com uma ideia do que nos apetecia para prato principal, pelo que o Senhor Almiro apenas validou as nossas escolhas. O Guilherme estava encantado com o Bacalhau na Grelha com ragoût de feijoca e poejos que pediu. Eu, como não poderia deixar de ser, escolhi o Risotto de Cogumelos trufado e só gostava que tivesse um pouco mais de sabor a trufa, porque de resto estava mesmo muito bom.

 

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Fomos sempre acompanhando a refeição com diversas sugestões de vinhos que nos foram fazendo (e foram mesmo muito pacientes comigo, que só consigo beber vinho branco). No momento da sobremesa também nos trouxeram um moscatel para acompanhar fazer companhia à surpresa que aí vinha. Quando o Senhor Almiro nos perguntou se podia vir um Crepe Suzette para sobremesa, nenhum de nós esperava que este fosse feito à nossa frente pelo próprio Chefe de Sala.

 

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“Aqui o Senhor Almiro faz os melhores crepes de Lisboa!”, disse-nos um dos senhores que nos foi servindo durante a noite. E não é que são mesmo deliciosos? Não sei se serão os melhores porque foi a minha estreia nesta receita de crepes, mas uma coisa é certa - são feitos com um carinho que é reflexo da forma como somos tratados no Pabe desde que o momento em que entramos até dizermos adeus.

 

Se, como eu, também não conheciam este local histórico da cidade de Lisboa, então não percam mais tempo. Não é um restaurante para todos os dias, mas é claramente um restaurante para dias especiais. Ficaram com vontade de conhecer?

 

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