Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Rita da Nova

Qua | 28.08.19

Os livros da Rita // All my friends are superheroes, Andrew Kaufman

Fui para o Paredes de Coura com um livro e vim de lá com dois. Encontrei a Filipa e a Helena no último dia de festival e conhecemo-nos finalmente, depois de muito tempo a trocar opiniões e recomendações de livros pelo digital. A Filipa tinha-me trazido um livro e passou-mo para as mãos enquanto se desculpava por estar molhado pelas águas do Taboão. All my friends are superheroes, li na capa.

 

2019-08-27 05.28.11 1.jpg

 

Lê-se num instante, não apenas por ser pequeno, mas também porque está escrito de uma forma cativante. Conta a história de Tom, um homem que vive no meio de amigos super-heróis - não como os conhecemos habitualmente, mas sim enquanto pessoas que têm características fortes e definidoras da sua personalidade.

 

It’s true most superheroes have funny names. But they have to come up with these names by themselves. Think about how hard it is. Try it, right now; boil down your personality and abilities to a single phrase or image. If you can do that, you’re probably a superhero already.

 

Como se toda esta convivência entre um homem aparentemente normal e uma quantidade infinita de super-heróis não fosse suficientemente fascinante, ainda existe outra camada que dá motivo à história: Tom tornou-se invisível para a sua mulher, a Perfectionist. Por achar que ele a abandonou, ela vai mudar de cidade - e Tom continua atrás dela, para tentar tornar-se visível novamente.

 

In ways, his invisibility let him be more intimate with her but safer at the same time, and he fell deeper in love with her.

 

É uma história de amor muito bonita, mas é também uma história sobre aquilo que nos torna diferentes e especiais neste mundo (e sobre como algumas pessoas nunca encontram o seu verdadeiro super poder). Um livrinho querido, com significados mais profundos do que parece à primeira vista, que eu recomendo vivamente que leiam.

 

Alguém desse lado já o conhecia?

 

_________

All my friends are superheroes por Andrew Kaufman

Avaliação: 8/10

Ter | 27.08.19

F.R.I.E.N.D.S.

So no one told you life was gonna be this way (👏👏👏👏)

 

Sim, eu sei que F.R.I.E.N.D.S. é uma série de 1994. E sim, só acabei de a ver pela primeira vez na semana passada. Incrivelmente, consegui passar ao lado de grande parte das referências da série e vê-la foi quase uma total novidade para mim. Ao contrário de algumas sitcoms do mesmo género, acho mesmo que F.R.I.E.N.D.S. beneficia de ser vista no seu todo e pela ordem normal das suas 10 temporadas.

 

colunas_abre_friends_290719_NBCDivulgacao.jpg

 

A relação que criamos com aquelas seis pessoas torna-se tão real, que conseguimos imaginar-nos a fazer parte do grupo de amigos e a tomar café com eles no Central Perk. Mesmo sendo uma série com 25 anos (e apesar de algumas piadas bastante datadas), fala de problemas e questões que ainda hoje são os nossos. Como os acompanhamos na transição dos 20 para os 30, acho que me identifiquei bastante mais com as personagens e o seu crescimento do que se tivesse visto noutra altura.

 

No meio de 236 episódios pode ser complicado esquecermo-nos de algumas cenas maravilhosas da série, por isso hoje trago-vos uma lista com alguns dos meus momentos favoritos da aventura que foi ver as 10 temporadas seguidas.

 

 

The One With the Morning After. Toda a discussão entre a Rachel e o Ross sobre estarem (ou não) on a break é incrível - desde o pormenor das anchovas na pizza, ao facto de os outros quatro ficarem fechados no quarto durante horas.

 

The One with the Embryos. Apesar de toda a storyline da gravidez de trigémeos da Phoebe ser interessante, este episódio é ganho pelo jogo entre rapazes e raparigas, organizado pelo Ross, que leva a que troquem de apartamentos. Sou só eu que quero fazer o mesmo jogo no meu grupo de amigos?

 

The One With Ross' Wedding, Part 2. I mean, é o episódio em que se descobre que a Monica e o Chandler dormiram juntos e que marca o início da relação mais fixe da série. Aquele casal é tudo na vida.

 

The One Where Everybody Finds Out. They don't know that we know they know we know. Os momentos em que a Monica e o Chandler tentam esconder a relação e, consequentemente, em que o Joey tenta encobri-los são óptimos, mas o episódio em que todos descobrem é, possivelmente, o meu favorito da série - desde toda a manipulação da Phoebe à reacção do Ross.

 

The One With the Cop. PIVOT! PIVOT! PIVOT! Acho que nunca ri tanto na vida como com esta cena de F.R.I.E.N.D.S. Podemos ou não ter repetido o momento umas vinte vezes.

 

The One With Unagi. Embora o Ross seja a personagem mais irritante de todas, é também a que tem o humor físico mais evidente. Tanto na cena anterior do PIVOT, como em todo este episódio do Unagi, é a forma como ele reage que dá uma dimensão ainda mais divertida a tudo.

 

The One Where Joey Speaks French. Primeiro: o Joey é possivelmente a personagem que mais evolui positivamente ao longo da série, sem nunca deixar a sua essência meio inocente, meio douchebag. Se ao início não ia muito à bola com ele, acabei a série a adorá-lo. E a forma como ele fala francês só contribuiu para isso.

 

 

São apenas alguns dos episódios e momentos que não me saíram da cabeça desde que os vi. Agora tenho andado a testar o meu conhecimento com o Trivial Pursuit dedicado à série e não dou uns meses para querer rever tudo - fiquei mesmo, mesmo, mesmo fangirl. Há por aí fãs da série? Quais são os vossos momentos favoritos?

Seg | 26.08.19

Restaurantes // Pabe

O Gambrinus, o Tavares, o Solar dos Presuntos e o Ramiro são alguns dos nomes que nos vêem à cabeça quando pensamos nos restaurantes mais históricos de Lisboa. Imaginamos uma série de vidas passadas a acontecer ali, de épocas que são tão distantes das nossas que parecem ficção. Até à semana passada, eu não conhecia o Pabe nem sabia que este restaurante merece um lugar destacado nesta lista.

 

LRM_EXPORT_117854973066903_20190824_101623119.jpg

 

Se os seus 40 anos de existência se marcaram essencialmente pela boa gastronomia e por ser um espaço dedicado às elites políticas e sociais, desde 2018 que o Pabe complementou o legado histórico com uma remodelação que teve o propósito de modernizar o espaço sem lhe tirar personalidade. Eu não conhecia como estava antes, mas bastou-me entrar para me sentir logo noutra época.

 

PABE-1.png

 

Tudo isto que eu descrevo pode parecer impessoal, mas é só até conhecermos a equipa que está à frente do restaurante e nos acompanha durante a refeição. Falo, acima de tudo, do Senhor Almiro Vilar, Chefe de Sala. Está no restaurante há 20 anos e conhece demasiado bem os cantos à casa. Por isso mesmo, deixámos que nos recomendasse duas entradas para partilhar - foi assim que chegaram à mesa o Carpaccio do Lombo, acompanhado por um pesto caseiro muito bom, e as Vieiras Braseadas com espargos verdes, cogumelos e bacon crocante. Não consigo dizer, de caras, qual a melhor. Tudo vai depender se preferem algo mais fresco ou algo mais consistente para dar início a um jantar. Na dúvida é ir pelos dois.

 

PABE-2.png

 

Já íamos com uma ideia do que nos apetecia para prato principal, pelo que o Senhor Almiro apenas validou as nossas escolhas. O Guilherme estava encantado com o Bacalhau na Grelha com ragoût de feijoca e poejos que pediu. Eu, como não poderia deixar de ser, escolhi o Risotto de Cogumelos trufado e só gostava que tivesse um pouco mais de sabor a trufa, porque de resto estava mesmo muito bom.

 

1.jpg

2.jpg

 

Fomos sempre acompanhando a refeição com diversas sugestões de vinhos que nos foram fazendo (e foram mesmo muito pacientes comigo, que só consigo beber vinho branco). No momento da sobremesa também nos trouxeram um moscatel para acompanhar fazer companhia à surpresa que aí vinha. Quando o Senhor Almiro nos perguntou se podia vir um Crepe Suzette para sobremesa, nenhum de nós esperava que este fosse feito à nossa frente pelo próprio Chefe de Sala.

 

LRM_EXPORT_117841913120030_20190824_101610059.jpg

 

“Aqui o Senhor Almiro faz os melhores crepes de Lisboa!”, disse-nos um dos senhores que nos foi servindo durante a noite. E não é que são mesmo deliciosos? Não sei se serão os melhores porque foi a minha estreia nesta receita de crepes, mas uma coisa é certa - são feitos com um carinho que é reflexo da forma como somos tratados no Pabe desde que o momento em que entramos até dizermos adeus.

 

Se, como eu, também não conheciam este local histórico da cidade de Lisboa, então não percam mais tempo. Não é um restaurante para todos os dias, mas é claramente um restaurante para dias especiais. Ficaram com vontade de conhecer?

 

Pabe Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato

Sex | 23.08.19

Uma Dúzia de Livros // Setembro: um livro sobre recomeços

Setembro, o mês dos novos desafios, das novas actividades, das resoluções que não se cumpriram até agora. Até certo ponto, é o mês dos recomeços. Quem nunca sentiu que a rentrée é a altura ideal para mudar alguma coisa ou para arriscar finalmente naquele plano que tem vivido apenas na nossa cabeça?

 

dollar-gill-0V7_N62zZcU-unsplash.jpg

 

E, nesse sentido, o tema d’Uma Dúzia de Livros para Setembro não poderia ser outro - vamos ler um livro sobre recomeços. Já sabem que podem fazer a ligação ao tema como quiserem e que não há aqui propriamente regras, a única coisa que interessa é que esteja de alguma forma relacionado com recomeços. Pode ser o género literário que vos apetecer, têm total liberdade.

 

Eu acho que é desta que vou arriscar no 4 3 2 1 do Paul Auster. É um calhamaço, mas sou capaz de conseguir aguentar. E vocês, já têm livro para Setembro na mesinha de cabeceira?

Pág. 1/4