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Rita da Nova

Qui | 20.06.19

Uma Dúzia de Livros // Julho: um livro do ano em que nascemos

E quase sem darmos por isso, já ultrapassámos metade deste desafio de leitura. Apenas recordando este primeiro semestre do ano, já lemos livros escritos por mulheres, livros sobre famílias, clássicos, livros de autores que nunca tínhamos lido, livros sobre flores e livros passados em sítios que não conhecemos.

 

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Para mim, o Uma Dúzia de Livros tem sido uma viagem incrível - não apenas porque olho para os livros que tenho na estante de uma outra forma e descubro novos autores, mas sobretudo porque tenho conhecido pessoas incríveis nos encontros presencias (e não só). Está a ser uma experiência muito gira e sei que ainda podemos explorar muito mais no futuro!

 

Mas como Julho está quase aí, é altura de falarmos do tema comum às nossas leituras - um livro do ano em que nasceste. Eu cá vou ler o Wild Swans da Jung Chang, que está na estante há meses à espera que eu ganhe coragem. Já alguém leu? Estou muito curiosa com as vossas escolhas para este mês, até porque me parece que vamos ter livros muito geracionais e isso é muito giro.

 

Vocês já sabem em qual vão pegar? Contem-me tudo nos comentários!

Qua | 19.06.19

Palavras Cruzadas // Esplanadas

Em miúda era doida por praia - tirando a areia, que sempre foi um dos meus grandes problemas com uma ida à praia. Estava horas na água, até os dedos ficarem “velhinhos” e parecia que tinha o termostato avariado. Nunca tinha frio na água nem calor na toalha.

 

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No ano passado esse gosto voltou, sobretudo se o tempo for passado à beira de uma piscina. Li muito aos fins-de-semana, tanto deitada numa toalha de praia como numa espreguiçadeira perto de uma piscina. Soube-me bem, mas parece que houve ali um interregno na minha vontade de apanhar sol entre as férias de Verão em miúda e a fase em que agora me encontro.

 

A verdade é que sofro muito com o calor excessivo - continuo a não suportá-lo muito bem -, por isso optava por evitar completamente a exposição solar. Agora não, acho que encontrei aqui um meio-termo interessante: faço-me valer das sombras e dos chapéus-de-sol e complemento-os com alguns momentos ao sol. E enquanto os dias que convidam a praia e piscina não chegam (e porque não vou ter férias no Verão), acho que vou usar mais as esplanadas como fiz este fim-de-semana. Duas horinhas lá fora, acompanhada por um livro, que me souberam pela vida.

 

E vocês, como se relacionam com a exposição ao sol? São daquelas pessoas que gostam de torrar ou sentem-se mal com muito calor?

 

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Este é o 39º post da rubrica Palavras Cruzadas, criada em parceria com o P.A., mas vocês também estão mais do que à vontade para pegar nos temas e escrever sobre eles. Depois da próxima edição vamos fazer uma pausa por tempo indeterminado, por isso lanço o seguinte tema: o fim das coisas e o que aprendemos com ele. 

Ter | 18.06.19

Restaurantes // Sushi dos Sá Morais

O Sushi dos Sá Morais fazia parte daquele conjunto de restaurantes que queria conhecer há imenso tempo, mas que iam sendo ultrapassados por outros. Passou-se algum tempo até que, ao planearmos uma visita à Feira do Livro no seu último dia, nos lembrámos que este espacinho fica na Rua Castilho, bem perto do Marquês de Pombal.

 

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Longe vai o tempo em que eu achava que comer sushi até rebentar é que era bom. Hoje em dia prefiro comer menos peças, mas saber que estou a comer um bom peixe, bons ingredientes e um arroz bem confeccionado. E, depois, há qualquer coisa de divertido em escolher sushi a la carte - vamos fazendo várias combinações e experimentamos coisas que de outra forma nunca nos viriam parar à frente.

 

O Sushi dos Sá Morais, para além de uma decoração super gira e trocadilhos engraçados, proporciona-nos essa experiência de descoberta e de degustação no puro sentido da palavra. Nós decidimos pedir menos pratos, mas escolhê-los bem. Começámos com umas Gyosas de Vegetais muito bem feitas e um Salmão Sá Morais, um carpaccio com ponzu de trufa. Há muito, muito tempo que não comia um carpaccio tão bom - claro que deve ter a ver com o sabor a trufa e a sua conjugação com o salmão, não é?

 

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Depois disso, por recomendação do staff, pedimos um Combinado Herói Xima, com 32 peças que traz um pouco de tudo: nigiris, uramakis, hot rolls e sashimi. O que mais gostei neste sushi foi, sem dúvida, a frescura e o sabor do peixe. Estava tão bom que foi preciso muito pouco molho de soja para acompanhar.

 

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Não houve direito a sobremesa porque uma visita à Feira do Livro pede sempre algo doce, mas como quero voltar ao Sushi dos Sá Morais, fica para uma próxima. Quem desse lado já conhecia este restaurante?

 

Sushi dos Sá Morais Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato

Seg | 17.06.19

Feira do Livro // O rescaldo da edição de 2019

Mais um ano, mais uma Feira do Livro. É uma das alturas do ano em que me sinto mais feliz - o Guilherme diz que é o meu Natal ou o meu Rock in Rio e eu não tenho como discordar. À semelhança do que fiz no ano passado, voltei a estabelecer regras para comprar livros na feira. A verdade é que, apesar de haver grandes oportunidades, nem sempre compensa comprar livros lá.

 

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Para quem, como eu, não tem dificuldade em ler em inglês (e prefere), não há nada como o BookDepository. Tendo em conta que posso ir comprando livros bastante mais baratos ao longo do ano, estas foram as minhas três regras de ouro para a Feira do Livro de 2019:

 

1. Comprar apenas Livros do Dia. Sei que estou farta de vos falar desta iniciativa, mas cá vai: todos os anos, no site da feira, podem encontrar uma lista de todos os livros que as editoras escolhem para, a cada dia, terem um desconto superior ao preço de feira. Eu começo sempre por escrutinar esta lista e fazer um resumo de tudo o que quero comprar - isso resulta num “plano de ataque” com os dias em que vou visitar a feira e o que vou trazer;

 

2. Escolher maioritariamente autores portugueses. Lá está: quem não se importa de ler em inglês e sente que há algumas coisas que se perdem com as traduções, a Feira do Livro serve essencialmente para conseguir livros de autores portugueses bastante mais baratos;

 

3. Só comprar livros de autores estrangeiros em casos muito pontuais. Ou seja: se o preço compensar face àquilo que consigo encontrar no BookDepository e/ou se eu souber que vai ser mais difícil ler em inglês. Por mais facilidade que tenha, há livros cujo inglês é bastante complicado de apanhar ou que se lêem melhor em português.

 

Sem mais demoras, aqui ficam as minhas compras deste ano:

 

 

Campo de Sangue, Dulce Maria Cardoso (18,90€ 13,20€)

 

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Sinopse:

O homem não sabe como gastar os dias. Alguém o avisa de que o tempo é um material perigoso nas mãos de quem não o sabe usar. A mulher propõe-se comprar o amor do marido que abandonou. Afirma que tudo tem um preço, apesar de nunca ter pensado que o preço pode ser o da traição. A mãe garante que não tem culpa de ter gerado um assassino, ninguém tem mão no futuro. Tem o coração tão adormecido que nem a dor e a vergonha são capazes de o acordar. A dona da pensão quer salvar o negócio a todo o custo, pelo que não se importa de perder a alma. Só a televisão lhe valerá e por ela dará graças. Uma grávida com cabelos louros de menina e sandálias de cabedal não quis o filho que, alheio à sua vontade, se completa, segundo a segundo, na sua barriga. Dela se diz que não tem capacidade para distinguir o bem do mal. As crianças procuram tesouros nas paredes dum prédio que se esboroa. Os velhos roubam flores para as venderem no passeio ao fim da tarde. A cidade, uma teia de olhos e passos, apanha quem nela cai. E o mar sempre tão perto. A beleza pode ser um pretexto para se enlouquecer. A beleza e a solidão. Mas é o desespero que faz acreditar que se pode roubar o coração de quem se ama.

 

 

Nem todas as baleias voam, Afonso Cruz (16,90€ 10,19€)

 

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Sinopse:

Em plena Guerra Fria, a CIA engendrou um plano, baptizado Jazz Ambassadors, para cativar a juventude de Leste para a causa americana. É neste pano de fundo que conhecemos Erik Gould, pianista exímio, apaixonado, capaz de visualizar sons e de pintar retratos nas teclas do piano. A música está-lhe tão entranhada no corpo como o amor pela única mulher da sua vida, que desapareceu de um dia para o outro. Será o filho de ambos, Tristan, cansado de procurar a mãe entre as páginas de um atlas, que encontrará dentro de uma caixa de sapatos um caminho para recuperar a alegria. 

 

 

Vozes de Chernobyl, Svetlana Alexievich (17,69€ 14,15€)

 

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Sinopse:

Vozes de Chernobyl é a mais aclamada obra de Svetlana Alexievich, Premio Nobel de Literatura 2015, tida como o seu trabalho mais duro e impactante.

A 26 de abril de 1986, Chernobyl foi palco do pior desastre nuclear de sempre. As autoridades soviéticas esconderam a gravidade dos factos da população e da comunidade internacional, e tentaram controlar os danos enviando milhares de homens mal equipados e impreparados para o vórtice radioativo em que se transformara a região. O acidente acabou por contaminar quase três quartos da Europa.

Numa prosa pungente e desarmante, Svetlana Alexievich dá voz a centenas de pessoas que viveram a tragédia: desde cidadãos comuns, bombeiros e médicos, que sentiram na pele as violentas consequências do desastre, até as forças do regime soviético que tentaram esconder o ocorrido. Os testemunhos, resultantes de mais de 500 entrevistas realizadas pela autora, são apresentados através de monólogos tecidos entre si com notável sensibilidade, apesar da disparidade e dos fortes contrastes que separam estas vozes.

 

 

Eliete, Dulce Maria Cardoso (18,90€ 13,20€)

 

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Sinopse:

Eliete é um romance construído em torno da protagonista homónima, e é o seu mundo que Dulce Maria Cardoso apresenta agora aos leitores. Estar a meio da vida é como estar a meio de uma ponte suspensa, qualquer brisa a balança. A vida da Eliete vai a meio e, como se isso não bastasse, aproxima-se um vendaval. 

Mas este é ainda o tempo que será recordado como sendo já terrivelmente estranho, apesar de ninguém dar conta disso. Porque tudo parece normal. Deus está ausente ou em trabalhos clandestinos. De tempos a tempos, a Pátria acorda em erupções festivas, mas lá se vai diluindo. E a Família?

 

 

Moby Dick, Herman Melville (30€ 18€)

 

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Sinopse:

Moby-Dick, obra prima de Melville, o mais experimental dos romances, é a história de um louco e da sua vingança. Depois de ter sido mutilado por uma baleia, o capitão Ahab procura vingar-se. A baleia é Moby Dick, um ser gigantesco, o terror dos baleeiros. Pequod é o navio, em que Ahab instala um poder tirânico com o único propósito de abater o monstro dos mares, objecto de toda a sua raiva. Melville leva-nos por uma viagem inolvidável, uma rota orientada pelo desespero, a loucura e a crueldade. Este livro é hubris pura: conflito, confronto, ressentimento e ódio. É a aventura e o romance convertidos em mito. Um dos livros mais importantes jamais escritos. Entre as tábuas do Pequod, concentra-se toda a humanidade. A beleza e a tragédia do ser humano, cercado por um impiedoso oceano e dominado pelo turbilhão de uma vingança sem sentido. A luta do homem contra o homem, a luta do homem contra a natureza. No fim, a inevitável derrota. Um livro para ler e reler, que inclui ainda um ensaio de D.H. Lawrence sobre Moby-Dick.

 

Nota: com a compra deste livro, a editora ofereceu Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. Um clássico que sabe sempre bem reler e ter na estante.

 

 

A Piada Infinita, David Foster Wallace (27,70€ 13,85€)

 

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Sinopse:

Uma comédia colossal, brilhante, sobre a procura da felicidade e todos os males do nosso tempo. A obra-prima de David Foster Wallace.

 

 

Resumindo e baralhando, comprei estes seis livros por 82,59€ em vez de 130,09. Tal como aconteceu no ano passado, tentei ser comedida e acabei por comprar apenas seis livros. Pode parecer muito, mas os booklovers não me vão contradizer se eu disser que é preciso mesmo muita força de vontade para não trazer todos os livros e mais alguns. Mais do que qualquer outra coisa, adoro o ambiente da feira e passear por lá. Este ano até tivemos o encontro de Junho d’Uma Dúzia de Livros por lá, o que vai fazer com que me recorde desta edição ainda com mais carinho.

 

Agora vá, quero conhecer as vossas compras deste ano e os vossos truques para aproveitar a feira ao máximo!