Palavras Cruzadas // Entrevistas de emprego
As entrevistas de emprego sempre foram muito dolorosas para mim. Sinto que aquela meia hora é sempre injusta: é difícil passarmos o que somos e o potencial que temos com apenas meia dúzia de respostas às perguntas do costume:
Onde é que te vês daqui a 10 anos? Quais dirias que são as tuas maiores qualidades e defeitos?
É claro que a esta última respondemos sempre que somos perfeccionistas e que isso é um defeito porque nos impede de entregarmos as coisas sem elas estarem exactamente como queremos. Nas entrevistas de emprego somos todos iguais e fica complicado sairmos de lá com a sensação de que correu bem.
Mas do lado de quem entrevista também não é a coisa mais fácil do mundo. No final do ano passado fiz a minha primeira entrevista de emprego e tenho feito algumas nos últimos meses e torna-se complicado avaliar o que aquela pessoa vale só por aquilo que nos conta sobre si. Gosto sempre de perguntar o que é que os entrevistados fazem fora do trabalho, que hobbies e gostos têm, só que nem todos exploram assim tanto esse lado.
O ideal, para mim, seria conhecer as pessoas num contexto mais informal (num café, por exemplo) e depois organizar uma on job experience, onde os candidatos pudessem experimentar trabalhar no lugar para que se candidatam durante um dia - assim é mais fácil mostrar o que valem.
Há desse lado quem partilhe desta minha dificuldade em entrevistas de emprego?
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Este é o 37º post da rubrica Palavras Cruzadas, criada em parceria com o P.A., mas vocês também estão mais do que à vontade para pegar nos temas e escrever sobre eles. O tema deste texto foi lançado por ele (nota-se, certo) e isso significa que para a próxima edição sou eu a lançar o tema. Que tal escrevermos sobre café?