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Rita da Nova

Ter | 22.01.19

Os livros da Rita // Patagónia Express, Luis Sepúlveda

Luis Sepúlveda é uma das minhas referências na escrita de crónicas sobre viagens, por isso fiquei muito feliz quando nos ofereceram o Patagónia Express como presente de casamento. Para além de saber que é uma das nossas viagens de sonho (e que está bem para breve), o casal que nos deu este livro também já tinha estado nesta zona da Argentina.

 

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Para esta viagem, em vez de ler tantas informações práticas para a viagem, decidi inspirar-me na escrita de viagens de alguns autores que estiveram na Patagónia. Luis Sepúlveda escreve de uma forma que adoro: conta histórias de pessoas que conheceu, de lendas que ouviu e do seu percurso entre a Patagónia chilena e a argentina.

 

 

Os dois gringos de que falámos em Barcelona dedicaram grande parte da sua vida ao negócio bancário, que, como se sabe, pode ser praticado de duas formas: sendo banqueiro ou assaltando bancos.

 

Esta viagem pelas terras patagónias é também uma viagem de conhecimento próprio e de ligação do autor com as suas origens familiares e de amizade. É muito visual sem ser excessivamente descritivo e leva-nos a conhecer os costumes e as pessoas da América do Sul.

 

Quando mais tarde li a obra, por um lado aumentou o meu carinho e admiração pelo escritor asturiano e, por outro, aprendi que é impossível evitar a despedida de certos textos, por muito que uma pessoa goste deles e veja neles uma parte fundamental da sua intimidade.

 

Sinto que vou partir para esta viagem com uma ligação diferente ao destino, por isso acho que vou repetir esta ideia de ler literatura de viagens umas semanas antes. Partimos no dia 1 e, antes disso, ainda quero ler o In Patagonia do Bruce Chatwin. Já leram? Recomendam? E têm este hábito de ler crónicas de viagem sobre os locais que querem conhecer?

 

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Patagónia Express by Luis Sepúlveda

Avaliação: 7/10

Semelhante a: As Rosas de Atacama, do mesmo autor

Seg | 21.01.19

Três coisas para 2019

Vocês sabem que eu não sou de estabelecer resoluções para os novos anos. Tenho cuidado com essa coisa de criar objectivos muito rígidos, acho sempre que atirar para a lua traz mais frustração do que coisas boas. Até porque há muitos aspectos das nossas vidas que nós não controlamos (embora achemos que sim).

 

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Ainda assim, 2019 começou com muitas novidades e mudanças, por isso não queria deixar de vos falar de três coisas que quero para este ano - ou que sei que vão acontecer:

 

 

1. Crescer, crescer, crescer

Os últimos meses de 2018 e este primeiro de 2019 já colocaram várias possibilidades em cima da mesa. Trouxeram-me mais responsabilidades no trabalho e, talvez, a hipótese de darmos mais um passo importante na nossa vida pessoal. Mas calma, pessoas. Estou a falar da possibilidade de comprarmos uma casa, não de ter filhos ou assim (até parece que não me conhecem). Se isto vai implicar ser adulta e crescidinha? Vai, mas eu tenho pouco medo de mudar. Alguém mais está neste barco?

 

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2. Aprender a fazer vídeos decentes

Como partilhei convosco, comprámos uma máquina compacta nova para podermos filmar algumas coisas. Se começou por ser um incentivo para o Guilherme voltar ao YouTube, a verdade é que me entusiasmei bastante e já comecei a fazer alguns testes com ela. Quero muito aprender a fazer vídeos decentes para trazer coisas novas e diferentes para o blog. Têm sugestões de cursos de edição de vídeo que me possam ajudar nisto?

 

 

3. Ler mais não-ficção
Digo muitas vezes que não tenho paciência para ler não-ficção e que já me basta tudo o que tenho que ler no trabalho. Só que, em 2018, houve dois livros que mudaram essa minha perspectiva: Apenas Miúdos, da Patti Smith, e Born a Crime, do Trevor Noah. Foram duas experiências de leitura muito diferentes, mas fizeram-me perceber que a não-ficção pode ser tão ou mais envolvente que as histórias imaginadas. A realidade e a forma como a contamos não tem que ter necessariamente a ver com textos técnicos e aborrecidos. Assim sendo, que livros de não-ficção me recomendam?

 

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E desse lado, também têm coisas que gostavam de aprender ou que sabem que vão ser uma realidade neste novo ano? Contem-me tudo nos comentários!

Qui | 17.01.19

Restaurantes // Peixola

Diz-se que “nem tudo o que vem à rede é peixe”, mas neste restaurante seria estranho que conseguíssemos comer outra coisa. Chama-se Peixola e, só pelo nome, já podem perceber o que isso significa. Foi o cenário do Dividimos a Conta de Janeiro, em que convidei a Cláudia Gonçalves Ganhão para falarmos sobre comida e, invariavelmente, sobre outros assuntos.

 

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Não foi a minha primeira experiência no restaurante, já lá tinha estado logo no início do meu namoro com o Guilherme, e notei algumas diferenças - sobretudo em decoração e na qualidade da carta. Para quem é fã de peixe - ou, simplesmente, não come carne - é sempre bom que haja restaurantes assim, que trabalham constantemente para criar receitas diferentes e saborosas a partir do mesmo ingrediente.

 

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Acho que não repeti nenhum prato da primeira experiência, nem sequer sei se aquilo que comi na altura ainda faz parte da carta, mas tudo me surpreendeu pela positiva. A Cláudia e a Margarida começaram a refeição com umas Ostras com maracujá e espuma do mar, que eu não comi porque não sou grande fã de ostras (de marisco em geral, na verdade). Mas o que chegou a seguir deixou-me completamente rendida: uma Sopa fria de clorofila de espinafres com garoupa marinada e pó de avelã. Bem sei que tanto a descrição como o aspecto parecem estranhos, mas acreditem que era incrível.

 

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Continuámos com alguns ex-libris da carta: o Ceviche Peruano e o Tártaro de Salmão, ambos muito bons - notava-se a frescura e qualidade do peixe.

 

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E, para terminar a viagem pelas criações do Peixola, ainda fomos a dois clássicos, um mexicano e um português. O primeiro, um Taco de Peixe, era o Peixola do Dia - que é um prato que muda diariamente na carta. O segundo é uma das estrelas do restaurante, um “Bitoque” de Atum muito bom.

 

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Estava à espera de ver umas sobremesas com peixe, mas ainda bem que isso não aconteceu (não se metam com a minha parte favorita da refeição!). Provámos uma Mousse de chocolate com crumble de gengibre - que era boa - e o Petit gateaux de caramelo que foi uma das melhores sobremesas que comi na vida, mesmo. Cada vez que penso nele dá-me vontade de regressar ao Peixola, de me sentar naquele balcão tão convidativo e desfrutar de uma refeição destas outra vez.

 

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E desse lado, há fãs de peixe? Se sim, já conheciam este restaurante?

 

Peixola Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato

Qua | 16.01.19

Palavras Cruzadas // A esquisitinha do cinema

Admito que há coisas em que fiquei parada no passado e uma ida ao cinema é uma delas. Não me convencem com a ideia de ver um filme no portátil, deitada meio de lado no sofá ou na cama - é certo e sabido que antes da cena inicial eu já estou distraída a brincar com os gatos, a enviar uma mensagem no WhatsApp ou (pior!) a adormecer.

 

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Para mim, o acto de ver um filme tem todo um ritual associado e envolve quase sempre ir ao cinema. “Ah, mas para que é que vais gastar dinheiro quando podes ver o filme na Netflix ou pirateado?” Porque ir de facto a uma sala de cinema garante que tenho cerca de 2h só para aquilo. Não há distracções e tudo é muito mais absorvente. Perdoem-me, mas eu nunca fui capaz de me sentir dentro de uma narrativa por ver um filme no sofá ou no computador. O grande ecrã faz mesmo diferença e há filmes que têm muito mais impacto quando projectados lá.

 

Outra coisa que não dispenso são as pipocas. Bem sei que aqui não há consenso - há quem ame e quem odeie -, mas posso assegurar que não sou daquelas pessoas que põe o braço todo dentro do balde para ir buscar a pipoca mais remota. Pelo contrário: tenho cuidado a tirá-las do pacote e a decência de as amolecer na boca antes de trincar. É muito comum que, em noites de cinema, o meu jantar seja um rico balde de pipocas, 70% salgadas e 30% doces, não me convencem de que há outra combinação melhor. Imaginam-me a dizer isto aos senhores que servem as pipocas? “Olhe, queria exactamente esta percentagem de doces e esta de salgadas, sim?”. Sou ridícula, eu sei, mas é um factor muito importante para mim.

 

E também não me venham dizer que posso replicar tudo em casa: projectar um filme numa parede branca e fazer pipocas de microondas. Não é a mesma coisa.

 

Vamos lá a saber agora: qual é a vossa relação com o cinema? Também são como eu ou qualquer momento é bom para ver um filme?

 

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Este é o 29º post da rubrica Palavras Cruzadas, criada em parceria com o P.A., mas vocês também estão mais do que à vontade para pegar nos temas e escrever sobre eles. O tema desta semana foi ideia dele e, para a próxima semana, lanço o desafio de falarmos sobre uma coisa que é binária, mas não devia ser