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Rita da Nova

Qua | 16.01.19

Palavras Cruzadas // A esquisitinha do cinema

Admito que há coisas em que fiquei parada no passado e uma ida ao cinema é uma delas. Não me convencem com a ideia de ver um filme no portátil, deitada meio de lado no sofá ou na cama - é certo e sabido que antes da cena inicial eu já estou distraída a brincar com os gatos, a enviar uma mensagem no WhatsApp ou (pior!) a adormecer.

 

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Para mim, o acto de ver um filme tem todo um ritual associado e envolve quase sempre ir ao cinema. “Ah, mas para que é que vais gastar dinheiro quando podes ver o filme na Netflix ou pirateado?” Porque ir de facto a uma sala de cinema garante que tenho cerca de 2h só para aquilo. Não há distracções e tudo é muito mais absorvente. Perdoem-me, mas eu nunca fui capaz de me sentir dentro de uma narrativa por ver um filme no sofá ou no computador. O grande ecrã faz mesmo diferença e há filmes que têm muito mais impacto quando projectados lá.

 

Outra coisa que não dispenso são as pipocas. Bem sei que aqui não há consenso - há quem ame e quem odeie -, mas posso assegurar que não sou daquelas pessoas que põe o braço todo dentro do balde para ir buscar a pipoca mais remota. Pelo contrário: tenho cuidado a tirá-las do pacote e a decência de as amolecer na boca antes de trincar. É muito comum que, em noites de cinema, o meu jantar seja um rico balde de pipocas, 70% salgadas e 30% doces, não me convencem de que há outra combinação melhor. Imaginam-me a dizer isto aos senhores que servem as pipocas? “Olhe, queria exactamente esta percentagem de doces e esta de salgadas, sim?”. Sou ridícula, eu sei, mas é um factor muito importante para mim.

 

E também não me venham dizer que posso replicar tudo em casa: projectar um filme numa parede branca e fazer pipocas de microondas. Não é a mesma coisa.

 

Vamos lá a saber agora: qual é a vossa relação com o cinema? Também são como eu ou qualquer momento é bom para ver um filme?

 

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Este é o 29º post da rubrica Palavras Cruzadas, criada em parceria com o P.A., mas vocês também estão mais do que à vontade para pegar nos temas e escrever sobre eles. O tema desta semana foi ideia dele e, para a próxima semana, lanço o desafio de falarmos sobre uma coisa que é binária, mas não devia ser