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Rita da Nova

Sex | 28.12.18

5 melhores surpresas de 2018

Chegamos à última semana do ano e, também, ao último post sobre as melhores coisas que 2018 me trouxe. É altura de vos falar sobre aquilo que mais me surpreendeu. Sabiam que este é um dos posts mais complicados e, ao mesmo tempo, mais divertidos de escrever?

 

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Já vos tinha dito que não me surpreendo com facilidade. Tenho, até, a capacidade de antecipar todas as surpresas e de estragar os planos às pessoas que, cheias de boas intenções, tentam proporcionar-me algo de que não estou à espera. Mas isso não significa que não tenha havido coisas com capacidade de me apanhar completamente de surpresa e estas foram as cinco mais memoráveis deste ano:

 

 

1. A chegada do Risotto

Já tinha partilhado convosco que ter um terceiro gato não fazia parte dos nossos planos. O Risotto foi assim uma espécie de filho não planeado, mas incrivelmente veio fazer-nos (a nós, à Guinness e à BB8) ainda mais felizes. É engraçado como um gato tão agitado e brincalhão consegue, ao mesmo tempo, ser tão amoroso e mimado. Gosto mesmo muito dele e sinto que foi uma das melhores decisões que poderíamos ter tomado lá por casa.

 

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Leiam mais sobre a chegada deste bicho:

> Bem-vindo, Risotto!

 

 

2. Conseguir cumprir um Whole30

Quem acompanha o blog e Instagram com mais frequência sabe que durante Abril deste ano decidi fazer um Whole30. O que é isso, perguntam vocês? É um regime de alimentação que consiste apenas em comida real e nada de processados. É muito parecido às dietas Paleo e Keto porque é baixa em hidratos de carbono e alta em proteínas e gorduras boas. Estava à espera que custasse mais e de sentir muita falta de alguns alimentos, mas afinal foi muito mais simples.

 

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Acompanhem as minhas quatro semanas de Whole30 aqui:

> Whole30: semana 1

> Whole30: semana 2

> Whole30: semana 3

> Whole30: a última semana e um balanço final

 

 

3. Conhecer Cuba

Nem acredito que a nossa viagem a Cuba ainda foi este ano - parece que foi há tão mais tempo! Realmente tudo passa demasiado depressa. Não queria fazer um balanço de 2018 sem destacar a ida a Cuba e faz-me todo o sentido que seja agora, enquanto vos falo de surpresas. Porque foi realmente surpreendente: por um lado é um país cheio de vida, mas por outro está completamente parado no tempo. Recomendo muito que conheçam Cuba enquanto ainda está assim, no seu estado mais puro.

 

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Recordem tudo o que escrevi sobre a viagem a Cuba:

> Cuba: o que saber

> Havana: abandonada, mas cheia de vida

> Viñales: a natureza cubana em estado puro

> Cienfuegos e Trinidad: uma viagem ao passado

> Cuba: algo es algo, pero no es todo

 

 

4. As lentes de contacto

Eu sei que já falei sobre isto milhentas vezes, sempre num excitex gigante, mas começar a usar lentes de contacto foi mesmo um dos momentos altos deste ano. Mudou completamente a minha vida, sobretudo porque me adaptei rapidamente e passaram a substituir os óculos quase todos os dias. Aconselho vivamente a quem tem miopia, vai parecer que nasceram de novo com uma visão a 100%!

 

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5. Crush Doughnuts

Não escondo que a viagem a Nova Iorque me ficou gravada na pele como nenhuma outra. Mas desde que descobri o Crush Doughnuts, que faz um pop-up no Ground Burger todas as sextas, sábados e domingos, consigo sentir-me mais próxima desta cidade de vez em quando. São os melhores doughnuts que alguma vez comi fora de NYC (são sequinhos e não sabem a frito) por isso não espanta que esgotem demasiado depressa.

 

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Agora quero saber: quais foram as melhores surpresas do vosso 2018? Contem-me tudo nos comentários!

Qui | 27.12.18

Os livros de 2018

Foi em Abril do ano passado que decidi começar a trazer uma das minhas grandes paixões aqui para o blog - os livros. Rapidamente se tornaram um dos temas que mais abordo por aqui e sobre o qual - não posso mentir - mais gozo me dá escrever. Sinto que este cantinho foi crescendo de uma forma especial através dos livros e da conversa que criamos em volta deles e não podia estar mais feliz por isso.

 

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Desde 2015 que aponto todos os livros que leio por ano. É interessante comparar as listas de cada ano, perceber como eram os meus gostos e os autores que marcaram os diferentes momentos da minha vida. Também faço muitas vezes o exercício de comparar a quantidade e o tamanho dos livros que leio, pelo que posso dizer-vos que este ano li mais 9 livros do que em 2017, sendo que li mais três livros em inglês do que no ano passado.

 

Não me interpretem mal: eu não acho que uma pessoa tenha que ler dezenas e dezenas de livros por ano para ser considerada uma boa leitora. É só mesmo interessante fazer estas comparações entre a Rita de 2018 e a Rita dos anos anteriores. Decidi deixar-vos a lista dos meus livros de 2018, com respectivo link para aquilo que fui escrevendo sobre eles:

 

1. Uma Estranheza em Mim, Orhan Pamuk

2. The Handmaid’s Tale, Margaret Atwood

3. Pantaleão e as Visitadoras, Mario Vargas Llosa

4. A Little Life, Hanya Yanagihara

5. A Cat, a Man and Two Women, Junichiro Tanizaki

6. O Retorno, Dulce Maria Cardoso

7. Where’d you go, Bernardette?, Maria Semple

8. Todos Devemos ser Feministas, Chimamanda Ngozi Adichie

9. Call Me By Your Name, André Aciman

10. O Pintassilgo, Donna Tartt

11. Tia Júlia e o Escrevedor, Mario Vargas Llosa

12. 1Q84 (Livro 1), Haruki Murakami

13. 1Q84 (Livro 2), Haruki Murakami

14. 1Q84 (Livro 3), Haruki Murakami

15. Hitchhiker's Guide to the Galaxy, Douglas Adams

16. Uma coisa supostamente divertida que nunca mais vou fazer, David Foster Wallace

17. Apenas Miúdos, Patti Smith

18. Os Interessantes, Meg Wolitzer

19. O Pintor Debaixo do Lava-loiças, Afonso Cruz

20. I Know Why the Caged Bird Sings, Maya Angelou

21. Ele Está de Volta, Timur Vermes

22. This Should be Written in the Present Tense, Helle Helle

23. O Pequeno Amigo, Donna Tartt

24. Born a Crime, Trevor Noah

25. Princípio de Karenina, Afonso Cruz

26. Slaughterhouse 5, Kurt Vonnegut

 

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É claro que o Risotto e a BB8 tinham que ser estrelas neste post, não é? Agora quero saber: que livros partilhamos desta lista? E quais foram as vossas leituras de 2018? Contem-me, contem-me!

Qua | 26.12.18

Os livros da Rita // O Princípio de Karenina, Afonso Cruz

O Princípio de Karenina não é o típico livro de Afonso Cruz, pelo menos não o Afonso Cruz a que estou habituada. O que não significa que não seja bom, é só diferente. Quando saiu apressei-me a comprá-lo e decidi fazer dele um dos últimos livros de um 2018 demasiado recheado de leituras fortes, por isso soube bem mergulhar nas páginas tranquilas e meio melancólicas desta narrativa.

 

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Toda a história é contada em forma de carta, de um pai para uma filha que não viu nascer. Este homem cresceu limitado ao pouco que a família conhecia, vivia com medo de tudo o que é estranho e foi ensinado que só se é realmente feliz quando se consegue abarcar e compreender toda a realidade.

 

A minha mãe gostou sempre da deformidade com que nasci. Durante muito tempo não consegui perceber o motivo, mas seria algo que marcaria toda a minha vida. A imperfeição. A imperfeição salvar-me-ia com igual intensidade e na mesma medida que me faria sofrer.

 

Até que se apaixona por uma emigrante, vinda da Cochichina. E é a partir daí que começa a pôr em causa a definição de felicidade e os seus ingredientes. De onde vem a felicidade? Daquilo que conhecemos ou da abertura àquilo que é estranho e diferente?

 

Afonso Cruz coloca-nos esta questão através da abertura de Anna Karenina, de Tolstói, que dá nome a este livro e que é uma das minhas citações favoritas de sempre: “Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira”. Não podem imaginar o meu estado de felicidade e excitação quando percebi que esta frase dava corpo a tudo aquilo que o escritor tinha para dizer com este livro.

 

A felicidade é um estado especial que só pode existir se incluir no seu seio uma certa dose de infelicidade, por muito paradoxal que possa parecer. Sem desequilíbrio, nada se move. Um círculo está em constante desequilíbrio. É bom para fazer andar os carros. Os quadrados não têm essa possibilidade. Já estão bem assim, sentados à lareira, a sublinhar a sua hombridade, a sua estrutura sólida. Não são felizes, são produtos industriais saídos de uma máquina de fazer quadrados.

 

Com origem numa viagem ao Cambodja e Vietname, onde parte da narrativa se desenrola, O Princípio de Karenina traz-nos um Afonso cruz menos fantástico e fugidio, sem deixar de ter a capacidade de contar uma história simples de uma forma lindíssima.

 

Quando terminei de ler fiquei com a sensação de que falta alguma coisa a este livro, que é de certa forma imperfeito e incompleto. Só que, quanto mais tempo passa desde que o fechei pela última vez, mais tenho a certeza de que é exactamente isso que Afonso Cruz quer passar com esta história.

 

Como disse alguém: está consumado. Espero que aprendas a viver com as feridas que fazem de nós formas imperfeitas, famílias imperfeitas, diferentes, cada uma à sua maneira. Repara como é estranho, talvez belo, talvez perverso, que as nossas dores sejam eixos da memória e nos marquem indelevelmente, ao mesmo tempo que nos salvam a vida: assim como a minha deformidade me salvou da guerra, a minha morte salvou-te a vida. E, mais ainda, a minha morte salvou-me a vida.

 

 

Quem desse lado já leu este livro? O meu próximo Afonso Cruz vai ser Para Onde Vão os Guarda-Chuvas, que tenho na estante à minha espera. Que outros me recomendam?

 

_________

O Princípio de Karenina por Afonso Cruz

Avaliação: 7,5/10

Semelhante a: Flores, do mesmo autor

Sex | 21.12.18

5 melhores restaurantes de 2018

Este é, possivelmente, um dos posts mais complicados de escrever aqui pelo blog. Eu explico: depois de ter revisitado tudo o que escrevi sobre restaurantes ao longo deste ano, de ter recordado as experiências e as coisas boas que comi, percebi que iria ter muita dificuldade em escolher apenas cinco restaurantes para destacar neste balanço. Depois de um tetris esforçado e (um bocadinho) suado, cheguei finalmente a uma lista dos 5 que foram importantes no meu ano por algum motivo.

 

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Isso não significa que todos os outros que visitei não tenham qualidade - muito pelo contrário! Se há uma conclusão que tiro das minhas experiências gastronómicas, é que o nível de qualidade dos restaurantes em Lisboa está a aumentar a olhos vistos. Deixei também de lado o meu jantar de aniversário no Era Ora, um restaurante Michelin em Copenhaga, por ainda não vos ter falado sobre ele por aqui.

 

E agora sim, sem mais disclaimers, seguem os 5 melhores restaurantes de 2018:

 

 

1. Mabiche Pizza

Apaixonei-me à primeira refeição e voltei lá várias vezes durante este ano. Sou sempre muito bem tratada e isso vale ouro. As pizzas também são óptimas, feitas ao estilo de Marselha e inspiradas em mulheres importantes na vida do casal que veio de França para abrir este restaurante em Lisboa.

 

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O que eu escrevi sobre esta pizzaria na altura da primeira visita, aqui:

> Mabiche Pizza: a nova pizzaria de Lisboa é só girl power

 

 

2. Ofício

Durante a temporada em que fiz o Whole30, redescobri o prazer de comer uma boa carne simples, sem grandes condimentos, daquelas que valem só por si. Conheci alguns restaurantes de carne maturada e outros de grelhados, mas nenhum me proporcionou uma surpresa tão boa quanto o Ofício. A carne é excelente e o espaço é super acolhedor!

 

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Recordem a minha experiência no Ofício:

> Ofício: pomos mãos à obra?

 

 

3. Água pela Barba

Só fui ao Água pela Barba por causa dos vales da Time Out que comprei no final de 2017, mas arrependi-me logo de não ter lá ido antes. Pelo nome já podem calcular que aqui o peixe é rei, mas precisam mesmo de fazer uma visita a este restaurante para provarem as iguarias deliciosas que eles fazem com este ingrediente. A minha recomendação é que vão à hora de almoço, para que conheçam o restaurante com a luz do dia.

 

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Leiam tudo sobre este espaço:

> Restaurantes // Água pela Barba

 

 

4. Dom Queijo

O meu paraíso na terra, um restaurante em que todos os pratos têm pelo menos um tipo de queijo - até as sobremesas. Não é um espaço muito grande, o que o torna ainda mais intimista. Foi mesmo uma experiência incrível e ainda bem que o menu muda com alguma frequência, para que cada visita seja sempre uma novidade.

 

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A minha experiência no Dom Queijo, aqui:

> Restaurantes // Dom Queijo

 

 

5. Geographia

De todos os restaurantes que destaco neste post, este foi aquele que conheci mais recentemente. Mas nem por isso deixa de merecer um lugar de destaque no meu 2018. Como já vos disse, há muito tempo que um espaço não me surpreendia tanto pelo conceito que tem e respectiva concretização. Fiquei fã e hei-de voltar para dizer olá ao Ulisses.

 

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Se não sabem do que falo, leiam isto:

> Restaurantes // Geographia

 

 

Agora vamos lá saber: partilham algum favorito desta minha lista? Quais foram, para vocês, os 5 melhores restaurantes de 2018?

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