Dir-se-ia que, hoje em dia, não se abrem tascas novas. Mas quem dissesse isso estaria seguramente enganado. O Petisco Saloio, no Campo Pequeno, é a prova viva de que é possível continuar fiel ao conceito de tasca e - mais! -, que é possível que as tascas sejam coisa de gente nova.
O Diogo e o Carlos são as cabeças (e as mãos, já que fazem um pouco de tudo) por detrás deste espaço, que parecendo que não só está aberto há coisa de mês e meio. Digo “parecendo que não” porque a uma segunda-feira à noite estava completamente cheio e já com alguns clientes habituais. Acho que a comida e as pessoas despretensiosas, cujo principal objectivo é fazerem aquilo que gostam, ganham mais rapidamente o coração das pessoas.
Focada, meticulosa, atenta aos detalhes. Tímida, muito crítica, pensa demasiado. Perdoa, mas nunca esquece. Sempre me identifiquei com estes e outros traços, normalmente associados ao signo Virgem. Só que sempre vivi numa espécie de impasse porque faço anos a 23 de Setembro. As fontes de informação dividem-se: há quem diga que é o último dia de Virgem, mas também há quem defenda que é o primeiro de Balança.
As Ladras são duas irmãs. Decidiram abrir um espacinho numa rua íngreme de Santa Apolónia, com vista privilegiada para o Tejo. O nome não vem só da proximidade com a Feira da Ladra, mas também do facto de irem “roubar” ideias gastronómicas aos outros países. Mas não se preocupem, aqui os ingredientes são todos frescos e nacionais, só a inspiração é que vem um pouco de todo o lado.
Quando o Jorge me disse "tenho um livro lá em casa que tens mesmo que ler", ele não sabia que o Afonso Cruz - ou o seu Os Livros Que Devoraram o Meu Pai - tem um lugar muito especial na minha história com o Guilherme. E também não sabia que há uns anos fomos até Óbidos só para lhe pedir que assinasse uma cópia do livro. Mas sabia que tenho uma ligação muito especial com a minha Avó e sabe, acima de tudo, que gosto de coisas simples escritas de forma bonita. E isso bastou para que acertasse completamente no empréstimo que me fez.
Neste O Pintor Debaixo do Lava-Loiças, Afonso Cruz conta uma história que acompanhou a sua infância. A história de como os seus avós ajudaram um pintor eslovaco refugiado por causa do nazismo, escondendo-o debaixo do seu lava-loiças. Como ouviu esta história desde pequeno, acrescentou uma camada de imaginação acerca do que teria sido o passado deste homem e foi isso que gostei tanto neste livrinho. É a imaginação de uma criança posta por escrito através das palavras de um adulto.