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Rita da Nova

Sab | 30.09.17

Psi: para muitos, o melhor vegetariano de Lisboa

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Sabem aqueles espaços que estão há anos na nossa lista de “sítios a ir”, mas que nunca conseguem impor-se quando é altura de decidir onde almoçar ou jantar? A minha relação com o Psi foi sempre um pouco assim: eu sabia que ia gostar, já mo tinham recomendado milhares de vezes… mas nunca tinha acontecido.

 

E confesso que, se dependesse exclusivamente de mim, possivelmente ainda não teria sido desta. Eu explico: na terça-feira passada fomos ver o grande Tape Face e, por isso, decidimos jantar perto do Tivoli. Depois de uma pesquisa rápida na Zomato, perguntei ao Guilherme se queria repetir o Jardim dos Sentidos e dei-lhe mais duas sugestões: a Empanadaria El Pibe e o Psi. Foi o Guilherme quem disse que era altura de irmos, finalmente, experimentar este último.

 

A primeira coisa de que gostei no restaurante foi o facto de ser completamente diferente do convencional. Embora haja um espaço interior, todas as mesas estão lá fora - umas dentro de uma cúpula, outras no exterior, junto ao lago e ao pequeno jardim. Acho que nem nunca tinha passado ali à porta, por isso fiquei completamente surpresa com todo aquele ambiente romântico.

 

Tudo no menu parece ser delicioso, por isso quisemos tudo aquilo a que temos direito. Escolher a entrada até foi fácil, já que pisquei logo o olho a uma que combina alguns dos meus alimentos favoritos de sempre: queijo halloumi grelhado, tâmaras, nozes e maçã.

 

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Decidir-me por um prato principal já foi mais complicado, uma vez que a ementa do restaurante nos tenta a cada prato. Achei que queria experimentar uma salada, mas depois vi os Rotis e não tive como dizer que não. A determinado momento da noite, um dos empregados explicou-nos que este pão é 100% caseiro e que dá muito trabalho a confeccionar. Mas ainda bem que se dão a esse trabalho, porque adorei o de queijo feta, espinafres e cogumelos. Para compor um bocadinho mais - e porque tinha visto o aspecto quando o pousaram noutra mesa - pedi o hummus para dividirmos. O Guilherme optou por outro prato famoso da casa - os Dan Dan Noodles, com um toque picante e um tofu cozinhado na perfeição.

 

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Não sei se já vos tinha contado isto, mas quando me dão um menu de restaurante para as mãos, escolho sempre primeiro a sobremesa e tudo o resto em concordância. Claro que foi assim no Psi, até porque a parte das sobremesas tem uma secção dedicada exclusivamente a doces sem açúcar e a Tarte de Limão vegan soou-me especialmente bem. Também não sei se já vos tinha dito, mas normalmente - quando quero muito uma coisa - esse é o prato do restaurante que não há naquele dia. Claro que também foi assim no Psi.

 

O Guilherme, louco por Tiramisù como é, nem precisou de ver duas vezes para escolher o Psi Missu. Eu, triste por não haver o que queria, fui logo confortada pelo empregado, que me sugeriu o Cheesecake Crumble (com mascarpone, queijo creme, raspa de limão, crumble e frutos vermelhos). E nem me lembrei mais da Tarte de Limão.

 

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Sabem aqueles sítios em que somos tão bem tratados, que queremos voltar logo na refeição seguinte? Foi isso que senti neste jantar, depois de todas as recomendações e da conversa simpática que tivemos com alguns dos empregados depois da sobremesa. Só tenho pena de ter deixado o Psi sempre para segundo plano, já que agora compreendo perfeitamente porque é que muitos o consideram o melhor restaurante vegetariano de Lisboa.

 

O próximo passo? Ir lá experimentar os Falafels, a Korean Tofu Bowl e a Tarte de Limão vegan. Ainda por cima, é um dos restaurantes aderentes da Zomato Gold (que nos oferece um prato por cada dois).

Já conheciam o Psi? Que outros restaurantes vegetarianos recomendam em Lisboa?

 

Psi Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato

Sex | 29.09.17

Os livros da Rita // The Bees, Laline Paull

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Depois de devorar a tetralogia da Elena Ferrante - acreditem que li mesmo tudo de uma assentada - não sabia bem que livro ler a seguir. Não é que faltassem opções lá em casa: tenho, dentro daquela divisão que é closet e arrumações ao mesmo tempo, uma pilha de livros para ler. Uns ainda são daqueles que trouxe de Nova Iorque, outros dos que comprei em Edimburgo.

 

Tirei à sorte e calhou o The Bees, escrito por Laline Paull, uma autora de que nunca tinha ouvido falar. Foi uma recomendação na Lighthouse Bookshop que me fez querer trazê-lo para casa e não me arrependi. Eu sou fã de histórias que têm tudo para correr mal, porque acho que é aí que os escritores conseguem trazer o melhor de si e das suas experiências para aquilo que escrevem. E sou ainda mais fã de histórias que, apesar disso, conseguem surpreender-nos a cada momento.

 

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Neste livro conhecemos Flora 717, uma abelha que pertence à casta mais inferior da colmeia. O livro passa-se todo neste universo e, segundo tive oportunidade de pesquisar, a autora estudou as abelhas e a sua hierarquia na colmeia, de modo a tornar a narrativa o mais fiel possível à realidade. Para além de acompanharmos uma história que não é mais do que um paralelismo com as sociedades autoritárias que tão bem conhecemos, a cada capítulo aprendemos um pouco mais sobre este animal.

 

Não quero alongar-me muito no enredo, já que prefiro evitar spoilers, mas este livro consegue distanciar-nos de questões muito ligadas à condição humana e põe-nos a pensar nelas de forma muito crua e imparcial. Será que estamos permanentemente presos ao contexto em que nascemos? A sociedade em que vivemos permite-nos sermos aquilo que quisermos ou isso é uma ilusão?

 

Confesso que, ao início, o livro custou a entrar. Desconfio que seja da escrita e da necessidade de descrever em mais pormenor o mundo para que nos transporta. Mas, a determinada altura, estava tão curiosa com o que iria acontecer à Flora, que quando dei por mim tinha acabado o livro.

 

Tinham ouvido falar deste livro? Não tenho a certeza, mas acho que ainda não foi traduzido para português, apesar de ser de 2014. O que é que andam a ler, desse lado? Eu agora vou retomar a leitura em português com A Rapariga no Comboio - penso que fui das poucas pessoas que não o leu quando estava no seu hype máximo.

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The Bees by Laline Paull

Avaliação: 7,5/10

Qui | 28.09.17

Fim-de-semana em Lyon // Dia 1, Annecy

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Já tinha partilhado convosco que estou, aos poucos, a começar a gostar do meu aniversário. Costumo dizer que só gosto especialmente de fazer anos porque é uma desculpa para viajar - como se fossem precisas desculpas. Este ano comecei à caça de promoções com antecedência e, ainda em Março, encontrei uma viagem muito barata para Lyon. “Mas, Rita, porquê Lyon?” - perguntam vocês. Simplesmente porque me pareceu uma boa ideia, respondo eu.

 

A parte boa de planear viagens com relativa antecedência é que temos tempo para encontrar as melhores oportunidades de alojamento. Encontrei um Airbnb pequeno e simpático - embora não muito perto do centro - e a um preço bastante acessível. Todos os dias tínhamos que andar cerca de 45 minutos até ao centro, mas foi especialmente vantajoso pela proximidade à Gare de Lyon Part-Dieu. Já vão perceber porquê.

 

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Como o fim-de-semana prolongado foi mesmo muito especial, quero falar-vos dele com calma. Percebemos que a cidade de Lyon se via tranquilamente em dois dias, por isso decidimos tirar a sexta-feira para visitar a vila de Annecy. Levantámo-nos cedo para apanhar o autocarro de Lyon para Annecy e foi aqui que deu bastante jeito estarmos perto da Gare. A viagem demorou cerca de duas horas, o que foi perfeito para nós porque estávamos ambos demasiado embrenhados nos nossos livros.

 

Annecy começa a revelar-se devagarinho, mas assim que saímos do autocarro percebemos que íamos gostar daquela pequena vila. Chamam-lhe “a Veneza dos Alpes” e eu estranhei porque não vi água em lado nenhum. Só quando estamos mesmo no centro da vila é que compreendemos a sua alcunha. Estava um dia de céu aberto e bastante calor, o que realçava a cor dos canais e dos edifícios.

 

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A vila deu-nos as boas-vindas com um mercado de rua - algo que, como irão perceber daqui a uns dias, esteve sempre muito presente durante este fim-de-semana. Perdemo-nos durante longos minutos a cheirar queijos, a apreciar frutas e a abrir o apetite com os pães acabados de fazer. Soube bem passear sem destino: passear só porque sim e aproveitar o ambiente de Annecy. Acho que não é só por causa das semelhanças geográficas que a comparam a Veneza. Este sítio causa em nós a mesma vontade de vaguear pelas ruas sem um objectivo em concreto.

 

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Depois dedicámo-nos a percorrer os principais pontos de interesse desta vila: subimos ao Château d’Annecy, passámos pequenas pontes para descobrir o Palais de L’Isle, vimos algumas igrejas e terminámos o caminho nos Jardins de L’Europe, bem perto do Lac d’Annecy. Vocês já me vão conhecendo: é claro que eu já tinha procurado restaurantes para almoçar em Annecy, mas o ambiente daquele jardim prendeu-me de tal maneira que preferi ir buscar comida para continuar junto ao lago.

 

Ali bem perto descobrimos o Boston Café, um cantinho muito pequeno cuja especialidade são os bagels. Não consegui resistir a experimentar, já que são uma das coisas que mais gosto de comer, e foi mesmo muito bom almoçar num banco de jardim, perto de pessoas que estavam a fazer o mesmo. Aproveitámos o sol e a calma daquele sítio e isso soube-nos mesmo muito bem.

 

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Mas senti que faltava qualquer coisa doce. Foi então que, após uma pequena pesquisa, percebemos que tínhamos uns dos melhores gelados de França a cerca de 200 metros de nós. O Glacier des Alpes fica mesmo no centro da vila, numa rua onde surgem gelatarias por todo o lado, mas é a única com fila à porta. Assim que experimentei a primeira colher das minhas bolas de gelado de Ricotta & Figos e Pistachio compreendi perfeitamente porquê. E ainda me ofereceram uma mini bola de gelado de Avelã, um dos meus sabores favoritos de sempre! Desde que morei em Itália que não comia gelados tão bons, acreditem.

 

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Após um último passeio pelos recantos de Annecy, voltámos felizes (e de barriga confortada) a Lyon. Tínhamos uma reserva para jantar no La mère Suzette, um espaço dedicado aos crepes, e chegámos à cidade pouco antes da hora marcada. Ainda conseguimos ter algumas impressões da cidade, já que o dia continuava soalheiro e com temperaturas amenas. Não quisemos explorar muito, já que esse era o plano para o dia seguinte.

 

Fomos muito bem recebidos neste novo restaurante (uma dica da Vera, que mora em Lyon), mas por ser num bairro pouco turístico quase ninguém falava inglês. Já estávamos mais ou menos à espera que isso acontecesse e, de certa forma, foi bom para testar a nossa capacidade de ler menus em francês. A comida estava óptima e transportou-me, por momentos, até um dos meus maiores desgostos em Lisboa: o encerramento da La Crêperie da Ribeira. Durante anos foi o meu restaurante favorito da cidade, uma extensão da minha casa, onde gostava de ir com as pessoas da minha vida. Sim, eu sei que ainda existe no Amoreiras, mas não é aquele meu cantinho. 

 

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Estava tudo lá: o sabor da galette de trigo sarraceno, o recheio de queijo de cabra e o caramelo salgado do crepe da sobremesa (que, confesso, não chegou aos calcanhares da minha Crêperie). Mais do que um jantar, foi uma viagem a momentos bons que já passei, numa espécie de prelúdio do meu aniversário no dia seguinte. Prometo falar-vos brevemente sobre o que fiz nesse dia e sobre a cidade de Lyon. 

 

Por enquanto, contem-me: já conheciam Lyon ou Annecy? Ou ficaram com curiosidade de visitar esta pequena vila do meio dos Alpes?

Ter | 26.09.17

Edimburgo // Rota das Livrarias

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Quando viajo com algum tempo para explorar bem os destinos, gosto sempre de fazer algumas rotas alternativas e descobrir lojas de design e - como não poderia deixar de ser - livrarias. Como, durante a nossa viagem pela Escócia, estive algum tempo em Edimburgo, aproveitei para visitar algumas livrarias (sobretudo independentes) e trazer alguns souvenirs comigo.

  

Golden Hare Books

Esta livraria fica num bairro residencial e tem uma agenda muito agitada de eventos ligados à literatura - tertúlias, encontros, sessões de autógrafos e lançamentos. Muitos dos livros estão dispostos com a capa virada para a frente, como se de pinturas se tratassem, talvez para simbolizar o facto de os livros também serem obras de arte. Uma das coisas que mais gosto nas livrarias independentes são as recomendações do staff - e foi com base numa dessas recomendações que escolhi trazer o Herland, escrito por Charlotte Perkins Gilman. Ainda não o li, mas a premissa prendeu-me logo: conta a história de uma sociedade composta apenas por mulheres e o que acontece quando é descoberta por um grupo de homens.

 

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Blackwell’s

Esta livraria já é bastante maior e situa-se no centro, mas preparem-se: é o paraíso dos descontos e dos book deals! Isto acontece porque a Blackwell’s é uma cadeia presente no Reino Unido (estilo Waterstones). Há salas atrás de salas e eu já não sei quanto tempo demorei até escolher o que queria levar. A determinada altura saquei da minha lista de livros a ler, que guardo religiosamente na aplicação Wunderlist, e lembrei-me de procurar o A Little Life, escrito por Hanya Yanagihara, que nunca tinha encontrado em lado nenhum. Lá estava ele e, bem perto, descobri o High Fidelity, de Nick Hornby. Já me tinham recomendado o filme, então decidi ler primeiro o livro.

 

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Lighthouse Bookshop

A par da Golden Hare Books, esta foi a livraria de que mais gostei em Edimburgo. Como tem muito pouco espaço, optam por dar destaque a autores menos conhecidos ou em crescimento, de que pouco ouvimos falar. O ambiente é tão acolhedor que convida a ficar por ali, junto à janela, a experimentar alguns dos livros. Foi mais uma vez devido às recomendações do staff que decidi trazer comigo o The Bees, de Lalile Paull. Comecei precisamente por ler este (acabei-o ontem) e prometo falar-vos da história brevemente aqui no blog!

 

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Durante esta viagem visitei também a Waterstones de Glasgow e trouxe comigo o Big Magic, escrito por Elizabeth Gilbert, que me tinha sido recomendado há uns tempos pela minha Rafa. Conheciam alguma destas livrarias? Que outros espaços semelhantes conhecem por esse mundo fora? Contem-me tudo ali em baixo nos comentários!

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