Restaurante LOCO: tudo no momento certo
No início desta semana tive a fantástica oportunidade de ir conhecer o Restaurante LOCO, do Chef Alexandre Silva. Sabia que estava prestes a entrar num restaurante premiado com uma estrela Michelin, mas havia muita coisa que desconhecia em relação ao restaurante e ao seu autor.
A primeira coisa que impressiona é o espaço: pequeno, simples mas bem decorado, feito para que se dê atenção à cozinha (que podemos observar durante toda a refeição). E, logo a seguir - como não poderia deixar de ser -, somos presenteados com um excelente atendimento, coordenado ao segundo. Explicam-nos o menu. Na verdade só temos duas hipóteses: ou escolhemos 14 momentos ou escolhemos 18. Arriscámos nesta segunda opção, sem nunca saber o que isso significava.
O LOCO é um restaurante cheio de mistérios. A começar pelo conteúdo do menu, que vamos sabendo à medida que os pratos chegam à mesa, passando pela misteriosa chave que está pendurada no tecto, mesmo em cima de nós. Cada um tem que escolher uma e guardá-la, sinal que anuncia que estamos prontos para começar.
Dividem o jantar em quatro andamentos, cada um com um ritmo e propósito diferentes. Começamos com oito momentos de snacks, onde desde logo se faz um elogio aos ingredientes portugueses e aos pratos em que estamos habituados a vê-los incluídos.
Depois disto paramos abruptamente e ficamos à espera dos pratos principais. Sem nunca esquecer que cada um de nós tem uma chave. Eis que nos surpreendem com um primeiro prato principal no mínimo inusitado: o pão. Sim, leram bem, o pão. Um dos alimentos mais nobres da cozinha portuguesa, mas que muitas vezes é colocado em segundo plano. Pois aqui, no LOCO, dão-lhe um momento de fama e acompanham-no das mais deliciosas manteigas, azeite e, como não poderia deixar de ser, molho de bife. Seguem-se outros seis momentos, essencialmente de peixe e marisco, cada um mais delicioso que o outro.
E chegam à mesa, aos poucos, as sobremesas. Algumas são mais surpreendentes e improváveis, outras são mais comuns - como os petit-four finais acompanhados com café em balão, feito mesmo à nossa frente ao ritmo de uma conversa. Mas todas elas combinam perfeitamente com tudo o que comemos anteriormente, porque continuam o trabalho de elogiar os ingredientes portugueses.
“E a chave?”, perguntam-se vocês e perguntava-me eu na altura. A chave, como tudo neste restaurante, chega no momento certo. Nem mais depressa nem mais devagar do que era suposto. E acreditem que termina a refeição de uma forma bem peculiar. Mas, para descobrirem, terão que visitar o LOCO.
E vocês, já conhecem este restaurante? Ou está na vossa lista?