Budapeste, uma jóia atravessada pelo Danúbio
Budapeste. Era uma paragem incontornável nesta viagem, acima de tudo porque fazia parte de uma lista de cidades "a visitar com urgência". A primeira coisa que posso dizer é que impossível que alguém fique desiludido com Budapeste. Por mais coisas boas que se oiça ou por mais fotografias bonitas que se veja, a cidade tem o dom de maravilhar um bocadinho mais a cada minuto que passa. Não é um encanto que vem das pessoas que lá moram, até porque Budapeste já é muito turística e não achei que os húngaros fossem um povo especial. É qualquer coisa que está nas ruas, no ar e nos edifícios. A vida de Budapeste está-lhe cravada nas pontes e flui com o curso do Danúbio.
O melhor que há a fazer nesta cidade é, efectivamente, passear nas margens do rio. Por mais vezes que por lá se passe, a paisagem vai parecer sempre ligeiramente diferente e ligeiramente mais bonita. Pouco a pouco e muito devagarinho. Até que, no final, estamos irremediavelmente presos nela.
Budapeste era, na verdade, três cidades diversas. Eu diria que estão melhores juntas que separadas. A diversidade entre zonas existe - está claramente lá - mas elas fundem-se tão bem umas nas outras que a origem parece ser a mesma.
Há outra coisa nesta cidade que ainda não encontrei em mais lado nenhum: a Budapeste de dia e a Budapeste de noite são a mesma face de moedas diferentes. A paisagem é a mesma, mas parecemos transportados para um local totalmente novo à medida que o sol se põe ou quer nascer. E por mais que se tente capturar esta essência, parece que ela nos foge por entre os dedos ou que teima em desaparecer das fotografias que tiramos. A única forma de gostar de Budapeste na sua totalidade é indo lá. O que eu duvido é que haja uma forma de inverter o processo.